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Silvio Santos, obrigada.
Agarre as oportunidades - mas não todas
A gente vive num mercado de trabalho que nos faz engolir que “temos que agarrar as oportunidades”. Mas o que ninguém fala é que nem todas as oportunidades realmente valem a pena. A questão aqui não é sair ou não da zona de conforto, é avaliar de forma inteligente as propostas que são apresentadas para nós. Nem toda oportunidade é boa.
O que dizer de uma oportunidade que surgiu para mim um tempo atrás, para ganhar praticamente o mesmo salário, numa operação maior, onde eu talvez tivesse mais oportunidades de crescimento (sem garantias disso) e também mais trabalho, mas que eu provavelmente teria que trabalhar 6x1 (atualmente trabalho 5x2), e trabalhando multiskill (atendendo mais de um canal ao mesmo tempo), sendo um deles um canal que eu não gosto de trabalhar? Era uma oportunidade que valia a pena? Ganhar a mesma coisa para trabalhar mais, com algo que eu não me sinto muito confortável e ainda perder um dia de folga, só pela possibilidade remota de crescimento?
Ou trabalhar com algo que eu sempre sonhei, mas com um salário menor, sendo que o que eu preciso no momento é justamente ganhar mais para conseguir ajudar a cobrir todas as despesas de casa. Não tenho pais ricos que me sustentam enquanto eu me aventuro a conquistar meus sonhos. Tenho que fazer sacrifícios, por vezes tenho que deixar de lado meus desejos para pagar as contas no fim do mês. E mais, minha realidade ainda é bem confortável perto da realidade de milhões de pessoas neste país, que têm que se virar e muito para poder comer arroz e feijão, que acabaram endividados porque perderam seus empregos, ou porque o preço das coisas subiu tanto que não conseguiram manter o orçamento em dia.
Entre a oportunidade de um salário mínimo que mal paga as contas e a incerteza do empreendimento, muitas pessoas têm que optar pelos dois, para tentar sobreviver. O problema é que tem gente dentro das empresas que acha que só porque paga mais de um salário mínimo, a gente é obrigado a aceitar a “oportunidade”, afinal, é algo raro hoje em dia, ainda mais em tempos de pandemia. Salários cada vez menores com mais exigências, enquanto o custo de vida só aumenta. Isso é uma afronta aos profissionais que estudam e se especializam para ganhar um salário aquém do que realmente deveriam.
Quais oportunidades valem realmente a pena para que você as agarre? Pense, avalie, não se sinta na obrigação de aceitar tudo o que cai no seu colo. Se você achar que é bom para você, aceite. Se não, recuse. Não agarre todas as oportunidades, algumas delas são apenas ciladas.
O dia em que eu poderia ter morrido (mas não morri)
Era uma noite de sábado, 13 de março. Estávamos de Uber, meu esposo e eu. Tínhamos acabado de deixar a filha dele na casa da mãe dela, e estávamos voltando para casa. No meio do caminho, o motorista nos disse que não estava se sentindo bem. Ficamos preocupados, perguntamos se ele queria que a gente descesse. Ele disse que não, que ele só precisava respirar um pouco. Que poderia ser a máscara, e como meu esposo e ele estavam conversando bastante, poderia ser só uma falta de ar.
Seguimos viagem. A tensão era quase palpável. O motorista passou boa parte do tempo se desculpando. Até que chegamos na Rodovia dos Imigrantes. Ele parou o carro próximo da entrada onde deveríamos seguir para chegar em casa. Estávamos muito perto, mas ele não estava bem. Ele nos perguntou se algum de nós dirigia, respondemos que não. E o motorista começou a convulsionar ali, na nossa frente.
Descemos do carro desesperados. Meu esposo começou a acenar para os carros que estavam passando, para pedir ajuda, para que alguém o ajudasse a tirar o rapaz do carro e fazer o procedimento que era necessário para estabilizá-lo. Eu, tremendo, tentei ligar para a emergência, ficando pendurada no telefone durante vários minutos, esperando alguém me atender. Enquanto isso, fui informando às pessoas que se aproximavam o que havia acontecido, para que pudessem ajudar. Pedi para alguém tentar ligar para a ambulância. Uma mulher perguntou sobre o celular do motorista que estava ali no chão, sendo estabilizado por meu esposo e um motoboy, e eu informei que estava dentro do carro.
Fomos até o carro, a mulher pegou o celular dele, e ligou para um dos números que estavam ali. Ela conseguiu falar com uma parente do rapaz, que pela providência divina, morava ali bem perto. Ele já havia acordado e estava sentado no chão, mas ainda atordoado. As pessoas que estavam ali para nos ajudar o levaram para a casa dos parentes dele. O casal que estava de carro e parou para nos ajudar ficou esperando ao lado do carro do motorista, para não o deixar sozinho.
O motorista, quando voltou a si, começou a chorar. Senti a dor dele, e o quanto ele se sentiu impotente naquele momento. Tudo o que pude sentir foi empatia e preocupação com ele. Meu marido e eu só queríamos ter a certeza de que ele ficaria bem. O tio dele, muito solícito, se ofereceu para nos levar até a porta de casa, mesmo que estivéssemos tão perto. Ele se preocupou com nossa segurança àquela hora da noite. Chegamos em casa sãos e salvos.
Passando por toda essa situação, refleti sobre alguns pontos. Um deles é como a nossa vida aqui é frágil. Se o rapaz não tivesse conseguido parar o carro antes de convulsionar, poderíamos ter sofrido um acidente bem grave, já que estávamos numa rodovia. Se tivéssemos descido naquele primeiro momento em que ele nos informou que não estava se sentindo bem, e ele tivesse passado mal sozinho, no meio da estrada, quem o ajudaria?
O segundo ponto que pensei foi em ser grata. Deus protegeu a nós três ali naquele carro. Ele capacitou o rapaz a parar o carro. Ele nos colocou ali para ajudá-lo naquele momento. Foi um tremendo susto, mas quando pensamos no primeiro ponto, entendemos que poderia ter sido pior. Agradeci por isso, e também por toda essa situação ter ocorrido sem a criança conosco. Ela poderia ficar traumatizada, e seria mais uma preocupação para nós. Além de, claro, Deus ter providenciado que os parentes dele morassem ali tão perto, ao ponto de conseguirmos socorrê-lo e entregá-lo a pessoas de confiança.
Terceiro ponto: todas as pessoas que pararam ali foram para nos ajudar. Não teve ninguém que ficou perto de nós apenas por curiosidade. Todos tentaram ajudar de alguma forma. O motoboy ajudou meu esposo a tirar o rapaz do carro e deitá-lo de lado. O casal que estava de carro nos ajudou a encostar o carro do Uber, e ficou cuidando do carro até que a situação se resolvesse. Os pedestres que estavam passando, ajudaram como podiam, inclusive um deles era uma enfermeira, que ajudou com os socorros. Alguns tentaram ajudar a ligar para a emergência. Uma mulher teve a ideia de pegar o celular do motorista e tentar ligar para algum dos contatos.
O que tudo isso me ensinou? A ser mais grata, a parar de reclamar tanto, a dar mais valor à minha vida. Admirei ainda mais o homem que escolhi para estar ao meu lado, que foi um verdadeiro herói para aquele rapaz. A acreditar um pouco mais na bondade das pessoas, que nos ajudaram tanto. A enxergar a mão de Deus nos protegendo e cuidando de nós. Ainda que tenha sido uma experiência que não desejo a ninguém, foi por meio dela que Deus trabalhou meu coração e se mostrou mais próximo, e por isso só tenho a agradecê-lo. Espero que compartilhar isso possa acalmar meu coração dessa situação que me deixou atônita, e que possa servir também como testemunho para vocês.
Bolsonaro x Lula: o apocalipse brasileiro
Imagem: O Brasilianista |
Com as recentes notícias de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve anuladas as condenações relacionadas à Operação Lava-Jato, o que mais se especula é a candidatura dele às eleições presidenciais em 2022. A crise no governo Bolsonaro está cada vez pior, mas mesmo assim o atual presidente tem seus fiéis seguidores, assim como Lula. O frenesi está alto nas redes sociais, com a possibilidade de uma disputa entre os dois.
Como comentei aqui no blog em um post antigo sobre o que eu pensava do governo petista, realmente não há como negar o que foi feito nesse período no país, e eu mesma fui beneficiada pelo ProUni, e me formei na faculdade graças a esse benefício. Porém, não posso fechar os olhos para os escândalos de corrupção e a crise econômica que veio depois disso.
Isso, obviamente, não significa que eu apoie o governo atual. Muito pelo contrário. Como eu mencionei em outro post aqui no blog sobre a entrevista de Bolsonaro no Roda Viva, quando ele ainda era candidato, ele é mais do mesmo. Nunca foi um político diferente. No máximo, mais bocudo. Mas ainda assim, cheio de discursos vazios. Nunca teve nenhuma proposta concreta para melhorar o país. Só era uma busca por poder, por tirar o PT do governo (que, inclusive, já estava fora desde o impeachment de Dilma Rousseff). Também não dá para ignorar a irresponsabilidade do presidente com relação à pandemia.
Diante disso tudo, não vejo melhor opção entre Bolsonaro e Lula. E tenho pedido a Deus que haja uma terceira opção, mais viável do que esses dois, nas próximas eleições. O Brasil só tem se afundado, e com essas opções para a presidência, só vai continuar se afundando mais.
Mulher Leoa
Era uma quarta-feira, 19 de abril. Estava eu indo gravar um vídeo para o YouTube, junto com meu esposo Luiz Henrique, na casa de um amigo dele, em pleno dia do meu aniversário. Leandro o nome desse amigo. Poxa, justo no dia do meu aniversário... Achei que teria um jantar romântico, qualquer coisa assim. Mas não. Tive que passar 40 minutos quase passando mal num ônibus, enquanto o motorista brincava de Velozes e Furiosos nas ruas da Zona Sul de São Paulo. Já estava de noite, um pouco mais de 18 horas, e já estava escuro.
O nome do bairro é Moinho Velho, que fica ali próximo ao Sacomã. Estava tonta, já que normalmente passo mal em viagens de ônibus, mas não deixei de perceber que aquela região era bem bonita, e os prédios pareciam no mínimo de classe média alta. Meu esposo avisou ao Leandro que havíamos chegado, e era para ele descer e abrir o portão do prédio para nós. Poucos minutos depois ele apareceu. Rapaz de 23 anos, loiro, olhos castanhos, branco, de óculos, magro e com cara de nerd. Devia ter aproximadamente 1,80m. Parecia-me familiar, mas não questionei isso logo de cara. Gravamos, e depois ele nos convidou para subir até o apartamento onde morava com a mãe e as duas irmãs mais novas. As meninas, Larissa, de nove anos, e Luana, de 13, estavam no quarto vendo vídeos e brincando. A mãe, Patricia, não estava em casa. Bebemos um copo d’água, usamos o banheiro e estávamos para ir embora, quando Patricia chegou. Fomos devidamente apresentados, e começamos todos a conversar.
Patricia é uma mulher muito bonita. Seus cabelos castanhos um pouco abaixo do ombro dão uma jovialidade ao seu rosto fino, principalmente com o corte repicado que usa. Deve ter 1,75m de altura mais ou menos, já que é mais alta que eu. Tem o corpo magro mas definido, uma barriga chapada, e anda sempre muito bem arrumada. Nos seus 44 anos, quase 45, parece estar no auge de sua beleza. Seus olhos escuros são de mulher leoa, corajosa, batalhadora e durona, como seu signo. Ela possui um ar de deboche com a vida, como se já a tivesse domado há muito tempo.
Sua história começou quando sua mãe engravidou, mas não sabia que era uma gravidez de gêmeos, já que ela apareceu na frente de seu irmão na ultrassonografia, e ele não foi identificado. Por conta disso, o enxoval foi preparado apenas para um bebê. No momento do parto cesariano, quando os médicos já estavam fazendo os pontos, o pezinho de um outro bebê apareceu, e tiveram que tirá-lo dali. Na época, toda mulher queria dar um filho do sexo masculino para seus maridos, e mesmo seu pai tendo que correr para conseguir mais um enxoval, estavam todos felizes.
Patricia cresceu sendo criada pela avó, pois sofrera rejeição de sua mãe desde criança. Sua relação próxima com o pai causava ciúmes, que chegava muitas vezes a ser agredida ao ponto de parar no hospital. Ela foi crescendo, e por conta dessa situação, apesar de passar a semana na casa dos pais, assim que saía da escola na sexta-feira, já ia direto para a casa da avó. Além de todos os abusos, era obrigada pela mãe a fazer os trabalhos de escola do irmão e a passar respostas de exercícios e provas para ele, sob ameaças.
Sua adolescência também foi uma época muito complicada. Enquanto ela se dedicava aos estudos, sonhando em prestar o vestibular em Direito, seus pais queriam que ela procurasse um marido e se tornasse uma dona de casa. Para eles, apenas os homens tinham o direito de trabalhar e fazer faculdade. Quando estava terminando o último ano do colegial, para fugir de tanto sofrimento, ela usou o dinheiro da mesada que seu pai lhe dava para comprar folhetos para estudar, pagar as provas e prestar o vestibular escondida. Ela sabia que precisava estudar e trabalhar para ter independência financeira e sair daquela situação.
Seu sonho de entrar na faculdade então se concretizou aos 17 anos. Passou na primeira fase da USP, na Mackenzie, na PUC e na FMU, em Direito. A faculdade escolhida foi a FMU, que para ela parecia a melhor opção por estar em segundo lugar no ranking de melhores cursos de Direito na época, e porque a PUC estava sempre em greve e na Mackenzie tinham muitos dependentes químicos. O momento mais tenso foi o de dar a notícia para os pais. Um motivo de orgulho para muitos, mas não para eles. Ficaram bravos, quase bateram nela, mas não tinham o que fazer. Era a vontade dela, e a matrícula já estava feita.
Como a faculdade era cara, teve que trabalhar como estagiária num banco, onde ficou por seis meses, mas acabou se envolvendo numa confusão amorosa: uma advogada para quem ela prestava serviços estava apaixonada por um advogado que se interessou por Patricia. O ciúme que a sua chefe sentiu fez com que houvesse uma briga, que acabou fazendo com que ela saísse do emprego e fosse estagiar num escritório de advogados.
Nesse escritório, a namorada de um de seus chefes enxergou nela o potencial para uma carreira de modelo. Na época, Patty era surfista e, com mechas loiras e lentes de contato azuis, ganhou muito dinheiro fazendo desfiles, chegando até a viajar para Milão. Tudo isso sendo conciliado com o estágio e a faculdade.
Um ano depois, saiu do escritório e foi trabalhar no antigo Banco Noroeste, que hoje pertence ao Santander. Como já estava no segundo ano da faculdade, conseguiu o cargo de assistente jurídica, e tinha um bom salário. Lá, trabalhou durante 10 anos. Patty era inteligente e dedicada, e continuou conciliando os desfiles com a carreira na sua área, até que sua mãe descobriu qual era seu emprego paralelo. Ela foi capaz de chamar a própria filha de prostituta e fazer um escândalo na agência onde Patty trabalhava, o que destruiu sua carreira nas passarelas, chegando até a perder uma oportunidade de trabalho no SBT.
Nessa época, Patty era apaixonada por um rapaz chamado Gilberto. Ele era muito esforçado, estudava e trabalhava, mas como sempre seus pais queriam atrapalhar seus planos e atrapalhar esse relacionamento, tudo porque ele não era rico. Após uma das diversas brigas que o casal tinha, ela viajou para Itanhaém e lá conheceu um rapaz, chamado Rogério, com quem teve seu primeiro filho. Ficou com ele para fazer ciúmes a Gilberto, mas na verdade não o amava. Porém, como o rapaz fazia parte da família que era dona da maior parte do comércio da cidade, seus pais logo trataram de obrigá-la a morar junto com ele, em Osasco, onde a mãe dele morava. Mesmo Rogério dando sinais de que era extremamente ciumento e possessivo, além de violento, e Patty tendo avisado sua mãe disso, ela não se importou e a obrigou a manter o compromisso.
Sua então sogra tinha duas casas, uma onde ela morava e outra estava alugada. Mas isso não foi problema para ela, que pediu a casa de volta para que seu filho pudesse viver com Patricia. A partir de então, um novo pesadelo se instaurou em sua vida: enquanto seu “marido” guardava todo o dinheiro que tinha para si, ela tinha que bancar a casa e até a sogra, além de toda a possessividade de Rogério, que não a deixava ir sozinha nem para o trabalho, nem para a faculdade, nem mesmo para assistir aula, já que na época ele conseguia entrar na sala mesmo sem ser matriculado. Em um desses episódios, dentro do carro, quando Patty foi soprar a fumaça do cigarro que fumava para fora da janela, coincidiu parar bem ao seu lado um rapaz bonito em outro carro. Simplesmente por achar que ela estava olhando para o rapaz, ele lhe deu um beliscão que deixou um hematoma em sua perna.
Chegou um momento em que ela já não aguentava mais passar por aquelas situações, e decidiu terminar o relacionamento abusivo. Rogério até pareceu arrependido de seus atos de início, foi carinhoso, assim como todos os homens abusivos fazem. Mas era apenas uma armadilha e, numa relação sexual, ele rasgou a camisinha de propósito para que Patricia engravidasse. Isso foi num mês de agosto, no seu último ano de faculdade. Mesmo contrariada, ele e seus pais marcaram a data do casamento para o dia 5 de novembro daquele mesmo ano, e ela tinha que bancar a festa, o vestido, comprar o apartamento e preparar tudo. Porém, cinco dias antes da data do casamento, eles tiveram uma briga feia, ele a empurrou, ela perdeu a cabeça e partiu para cima dele. Depois de toda a confusão, ela arrumou suas coisas e foi passar a noite na casa dos pais, deixando bem claro que não haveria mais casamento.
No dia seguinte, quando achou que poderia ir para o apartamento que havia comprado, uma surpresa. Rogério, que havia ido em seu lugar para assinar a escritura porque ela estava em reunião, colocou o imóvel no nome dele, e quando ela chegou lá, a fechadura estava trocada e o apartamento praticamente vendido para outra pessoa. Quando foi avisar o buffet, a igreja e o aluguel do vestido que não haveria mais casamento, dos quais ela teria como receber de volta metade do valor dos dois, outra desagradável surpresa: o pai de seu ex-noivo já havia passado por lá e pegado o dinheiro dos dois estabelecimentos.
Já irritada, Patricia foi até a casa deles, e fez um pedido bem simples: “enfiem esse dinheiro no rabo, esqueçam que eu existo e me deixem seguir minha vida em paz com meu filho”. Nem pensão ela pediu, para não ter mais contato algum com aquela família.
Por conta de tantas agressões e tantos momentos de tensão, Patty começou a ter sangramentos e, numa consulta com a ginecologista, descobriu que sua placenta havia descolado e, se continuasse com a correria de sempre, acabaria tendo um aborto espontâneo. Ela então escolheu passar a gravidez inteira em repouso, para não perder seu bebê.
Depois de toda essa confusão, como sua carreira estava estabilizada, ela decidiu comprar outro apartamento e morar sozinha com o filho. Porém, seu pai acabou falindo e, por conta disso, pediu para que ela continuasse morando em sua casa para ajudá-lo financeiramente. Patty concordou, desde que eles cuidassem de seu filho enquanto ela trabalhasse. Ela então registrou a própria mãe como babá e pagou-lhe um salário, para que ela pudesse fazer esse trabalho. Com isso, ela construiu no fundo da casa dos pais um espaço para que ela também pudesse acolher a avó, cuidando dela até que todos se mudaram para um apartamento, e ela foi viver com uma de suas filhas até sua morte.
Durante mais de sete anos, ela não quis ter mais relacionamentos. Decidira viver apenas para seu filho, até que o banco onde trabalhava fora vendido e todos os advogados demitidos, incluindo ela. Então, teve que arranjar outro emprego, e encontrou um de gerente comercial na Filtros Europa. Acabou conhecendo o dono da empresa, Ricardo, com quem teve sua filha do meio, Luana. Seus pais, mais uma vez, não gostaram do relacionamento. Mas desta vez por outro motivo: medo dela se casar e não ter mais ninguém para sustentá-los.
Na época, apenas ela trabalhava para sustentar a família inteira, incluindo a casa da tal tia que cuidava de sua avó e tinha filhos pequenos. Até havia emprestado o FGTS inteiro que recebeu do tempo de trabalho da empresa antiga para seu pai. Eles chegaram a vender a casa onde viviam, e foram morar em um apartamento, no mesmo prédio onde ela vive hoje. Outra criança estava chegando na família. Viagens, comidas caras, restaurantes, bebidas, todos esses mimos, tudo no cartão de crédito e nos cheques em nome de Patricia. Ela pensava que ao fazer de tudo para o conforto deles, ela pudesse comprar o amor dos pais. Mas estava muito enganada.
Ricardo estava ficando saturado de ver Patty se desdobrar para sustentar tudo praticamente sozinha, enquanto seus pais tinham tudo de bandeja e não procuravam ajudar nem pagando a conta de luz. O relacionamento deles foi se desgastando de tal forma que, quando estava grávida de cinco meses, ela teve que escolher entre o pai de sua filha e os pais. Pensava ela: “ah, marido eu posso arranjar em qualquer esquina; família é para sempre, eu não posso abandoná-los”. E o casal então se separou definitivamente. Seus pais estragaram mais um de seus relacionamentos, e até o dinheiro que já estava destinado aos seus cuidados médicos com a gravidez e o parto, seu pai alcoólatra gastou em bebida.
Com o passar do tempo, Patty não conseguia mais sustentar a todos sozinha. Desempregada, sem dinheiro para o parto, com dois filhos para criar. Teve que se virar para pagar as contas, vendendo salgados para festas de aniversário de crianças. Aos sete meses de gravidez, sua bolsa estourou, e como seu pai não a deixou sair com o carro, ela teve que ir de ônibus até o Hospital São Paulo, para descobrir que ele estava em greve e voltar para casa. Sangrando. Bolsa estourada. Espera de uma semana, até o hospital voltar ao funcionamento. Sua filha sobrevivendo dentro de uma bolsa cheia do próprio xixi. Risco de vida para Patricia. Foi internada na hora. Sozinha. Ninguém a visitou. De tanta angústia, chegou até a ter uma parada cardíaca.
Depois de um tempo, quando sua filha já tinha seis meses, seu pai decidiu então vender o apartamento, já que estava em seu nome, e viver de aluguel para não depender mais da filha que é “mãe solteira”. Contrataram uma imobiliária, e Patty conheceu ao Peres e ao Francisco, que lhe ofereceram um emprego de corretora e advogada na J Peres. Na época, ela também conheceu Flavio Solano, o construtor do prédio onde ela vive, que se indignou com a exploração que sua família lhe fazia, e lhe fez uma ótima proposta: vender o apartamento para ela por menos da metade do que ele valia. Todavia, Patricia não conseguia deixar seus pais na rua, e eles voltaram a viver no apartamento com ela.
Trabalhando na J Peres, Patty começou a namorar com Francisco, sem saber que ele era dependente químico. Depois de um tempo, ela descobriu, mas como via que a família dele não se importava com a situação, fez de tudo para ajudá-lo a sair das drogas. E sozinha, tinha que dar conta de sustentar a casa, dar dinheiro para o irmão que passava por dificuldades financeiras, cuidar dos filhos, do namorado que sumia de madrugada, e até do filho que Francisco já tinha. Mal dormia, mal comia. Sempre tentou cuidar de todos, mas não tinha ninguém que lhe estendesse a mão. Com ele, ela teve Larissa, sua filha caçula, da mesma forma que aconteceu quando ela engravidou de seu primeiro filho. Porém, dessa vez, o pretexto era o medo que Francisco tinha de perdê-la.
A situação de Patricia estava tão crítica durante a sua terceira gravidez, com o julgamento de seus pais por ser mãe solteira mais uma vez, por ter um filho de cada pai, por Francisco se envolver cada vez mais nas drogas e ter chegado até a traí-la com outra dependente química, que ela acabou tendo um AVC.
Mas, mais uma vez, ela se reergueu. Continuou lutando, pelos seus filhos. Mesmo decepcionada por seus pais e seu irmão só estarem ali por dinheiro, mesmo com seu namorado a traindo. Teve que adiar diversas vezes a cesariana, porque sempre tinha reuniões de trabalho de última hora. Até que finalmente ela conseguiu ir, mesmo tendo que perder a hora marcada e ter que aguardar para ser internada. Sozinha de novo.
Passou-se um tempo depois do parto, e Patricia decidiu terminar o relacionamento e, consequentemente, sair do emprego. Com raiva, seus pais disseram que pegariam o dinheiro que eles tinham para receber de um processo para ir embora. Mas como eles tinham total acesso à sua conta bancária, eles ainda conseguiram pegar um empréstimo e um financiamento em seu nome, além de tomarem todo o dinheiro que ela tinha no banco. Desempregada, com o nome sujo, devendo 3 anos e meio de condomínio e 4 anos e meio de IPTU. Duas crianças pequenas e um adolescente para alimentar. Foi a gota d’água. Decepção, angústia, fundo do poço.
Mesmo com os pais fora de casa e de sua vida, eles continuavam a atormentar. Seu pai entrou na justiça contra ela afirmando que tinha direitos sobre o apartamento onde ela vive porque ele foi comprado com dinheiro da venda do outro apartamento que estava no nome dele. Sua mãe fazia trabalhos de macumba contra ela, junto com sua tia. Com muito esforço sobrevivia, vendendo latinha, vendendo as próprias roupas de grife, para poder alimentar a si e também aos seus filhos.
Reerguer-se do zero não foi nada fácil. Seu apartamento ainda hoje sofre as consequências de um período avassalador. Mesmo num prédio aparentemente confortável, ele é muito simples. Um único sofá de três lugares e uma mesa de jantar na sala. Eles não possuem TV nem estante na sala. O guarda-roupas que fica no quarto de Patrícia foi todo montado por ela mesma, reaproveitando a madeira de outros móveis. O banheiro também não fugia do padrão da casa. Tudo simples, mas naquele lar, existe um amor e uma união que não se vê nem em comerciais antigos de margarina. As próprias meninas riam ao falar de quantas vezes todos já chegaram a tropeçar num degrau que separa a sala de estar do espaço reservado para a mesa de jantar, quando a energia foi cortada e eles passavam a noite na mais completa escuridão.
Hoje, eles já têm como sobreviver melhor. Leandro faz alguns bicos num buffet e se dedica a um possível futuro como youtuber. Patricia trabalha num escritório de advogados. Mas ninguém tem um smartphone. Na casa, o que eles têm de tecnologia é um tablet de uso coletivo e um notebook que está com o carregador quebrado. Tanto que as edições dos vídeos têm que ser feitas na casa de um amigo que é co-autor do canal no YouTube junto com Leandro.
A comunhão da família dá uma sensação de acolhimento a qualquer pessoa que esteja entre eles. Quando comentaram que era meu aniversário, todos da casa me abraçaram, desejaram felicidades e foram muito acolhedores. A comunicação entre eles então, nem se fala. Conversam sobre todos os assuntos. Para Patricia, não existe tabu dentro de sua casa. Até Larissa, a caçula, já é bem informada sobre assuntos que para a idade dela geralmente não se fala muito, como sexo por exemplo. Luana já tem um namorado na escola, e isso é algo tido como normal entre eles, o que em outras famílias seria inadmissível, já que a menina “só tem 13 anos”.
Patty não voltou a se relacionar com mais ninguém. Vive apenas com seus três amores, e faz de tudo para que eles estejam preparados para enfrentar a vida como ela é: dura, difícil, e nem sempre terão alguém em quem ter algum suporte. Como ela mesma diz, “eu não estarei viva para sempre para ajudar eles, então quero deixar algo para que eles possam seguir a vida”. Mas ela não deixa de curtir cada momento que pode com eles. Quase todos os dias, os três passam grande parte da noite deitados junto com ela em seu quarto, conversando, dando risada, ou assistindo filme e comendo uma pipoca.
A conversa estava maravilhosa, mas eu estava pálida e passando mal. A viagem de ônibus, o estômago vazio e um desafio de comer cebola para o tal vídeo, e minha cabeça estava girando. Estávamos quase indo embora, mas eu não estava em condições de pegar um ônibus e voltar para minha casa. Tive que voltar para o apartamento e ir ao banheiro. De pronto, Patricia se mostrou preocupada comigo, como uma verdadeira mãe. Ao me ver naquele estado, ofereceu-me um lanche para forrar o estômago. Enquanto não viu meu rosto voltar a ter cor, não me deixou ir embora. Meu esposo também comeu e ficou ao meu lado. Mas ela realmente me surpreendeu. Mesmo tendo passado por tanta coisa, tendo que se virar para sobreviver sozinha, driblando assédios, com todos os motivos do mundo para não ter afeição a mais ninguém, ela demonstrou um amor imenso por quem acabara de conhecer.
Simplesmente percebi que este foi o aniversário mais exótico que já tive, mas também um dos mais incríveis. Ganhei novos amigos e uma experiência de vida extraordinária. E essa leoa que colocou no bolso todas as diversidades que passou, demonstrou mais gratidão pela vida do que muitas pessoas que possuem tudo o que desejam.
Só não deixe de ver a Beleza Oculta
Imagem: Portal Folha |
Numa busca rápida no Google, vi que ele foi massacrado pela crítica. Felizmente, eu o vi antes de ler sobre, e tive uma impressão totalmente diferente do que pintaram na mídia. Tocando em temas extremamente delicados do ponto de vista emocional, como a depressão e a morte, se você assiste sem julgamentos e com a mente aberta, vai perceber que ele propõe diversas reflexões.
Vamos começar pelo drama vivido pelo personagem de Will Smith, que perdeu sua filha de seis anos, e entrou em uma profunda depressão. Não consigo imaginar o tamanho da dor de um pai que perde um filho, mas com certeza é um grande motivo para que alguém chegue ao estado que ele chegou, de não conseguir se comunicar, de não saber lidar com a dor, de se separar da esposa. Ela, por sua vez, foi quem recebeu o conselho de alguém muito sábio: “Só não deixe de ver a beleza oculta”. Assim, ela conseguiu, apesar da dor, seguir em frente, e descobriu num grupo de pais que perderam os filhos que precisava falar da sua dor para conseguir superá-la ou, ao menos, conviver com ela.
Esse filme mostrou que preciso falar sobre nossas dores, nossas feridas emocionais, para conseguir tratá-las. Colocar para fora o que sentimos é extremamente necessário. Vemos exemplos bíblicos que, quando alguém enfrentava um luto, rasgava as roupas, raspava a cabeça, chorava, vivia a dor, colocando-a para fora, para conseguir lidar com ela. Nunca se falou tanto sobre depressão como nos dias de hoje. Ontem, foi noticiado o suicídio do ator Flavio Migliaccio e a carta que ele deixou. É importante falar sobre isso, para que as pessoas se conscientizem e, quando precisem, busquem ajuda. Não guardem isso para si mesmos.
Agora, vamos falar sobre o personagem de Michael Peña, que enfrenta sozinho uma doença em fase terminal. O medo de causar dor à sua família o silencia. Mas a verdade é que a família não está ao nosso lado apenas nos bons momentos. Família de verdade está ao nosso lado também nos dias maus, e nessas horas é que mais precisamos do apoio e do amor dos nossos entes queridos.
Existem também outros assuntos que são abordados, como a luta contra o relógio biológico, vivido pela personagem de Kate Winslet, que deseja ter filhos mas está chegando na menopausa, e a possibilidade da adoção. É um tema que poderia ter sido mais explorado, já que existem muitas crianças ao redor do mundo que precisam de um lar. Como cristã, fui particularmente tocada pela questão, já que vejo Deus como um Pai amoroso que me adotou, que cuida de mim todos os dias, e o quanto eu precisava desse amor que vem Dele, mesmo tendo o privilégio de ter sido criada por pai e mãe. E o desejo do meu coração é que, futuramente, eu possa adotar uma criança e dar a ela a possibilidade de ter uma família.
Outro tema tratado pelo filme é a relação estremecida entre um pai e um filho, vivido pelo personagem de Edward Norton. Ele traiu a esposa, eles se divorciaram, ela ficou com a guarda da filha e casou-se com outro homem. A menina, no meio da confusão, toma as dores da mãe e passa a rejeitar o pai. Ele, então, tem que lutar para reconquistar a filha. Esse momento me mostrou que, mesmo um pai cheio de falhas e defeitos, nunca desiste dos seus filhos. Imagino então como é Deus, que é perfeito e rico em misericórdia. Como diz a Palavra em Mateus 7:9-11, se o homem que é mau sempre busca dar o melhor aos filhos, Deus, que está nos céus, pode dar infinitamente mais.
A ideia do filme de falar sobre a morte, o tempo e o amor, pode ser interpretada de outra forma, não só a que os três “motivos” sejam voltados ao que o personagem de Will Smith vivia. Cada um dos outros três personagens principais passava por uma dificuldade. Um com a doença e a ameaça da morte vindoura, outra com o tempo para gerar um filho, o terceiro procurando recuperar o amor da filha. Enquanto eles estavam tentando “ajudar” ou “dar um golpe” no personagem central, eles mesmos estavam sendo tratados em suas próprias questões.
Por tudo isso, no meu ponto de vista, pelo menos, foi um excelente filme. A interpretação, logicamente, vai de cada pessoa, pois cada um de nós carrega uma bagagem. Assistam ao filme, e tirem suas próprias conclusões.
Gugu e os caça-cliques da internet - uma reflexão
Ontem recebemos a triste notícia da morte do apresentador Gugu Liberato. Foram algumas horas de tensão, em que alguns portais de notícias na internet se adiantaram em divulgar o que ainda não havia sido confirmado nem pela família, nem pela assessoria dele, menos ainda pelos médicos que o estavam atendendo.
Como uma pessoa formada em jornalismo, sei bem que muitas vezes temos que, quando uma fatalidade dessas acontece, já vamos deixando pronta a reportagem sobre o óbito da pessoa pública, fazendo uma retrospectiva sobre sua vida. Porém, a irresponsabilidade e a insensibilidade está em publicar antes, inclusive, da confirmação médica. E alguns famosos, inclusive, caíram nessa “fake news”.
Essa reflexão escrevo como jornalista formada. A morte de alguém não é algo que se deseje ter a primazia da notícia, o furo da reportagem. Muito pelo contrário. Deveria ser algo que fazemos por obrigação, torcendo para que não precisemos publicá-la, pedindo a Deus para que seja uma redação engavetada. Precisamos ser humanos, acima de sermos jornalistas, criadores de conteúdo ou simplesmente caça-cliques na internet.
A atitude desses portais só me fazem pensar em quão atual é a Bíblia, que diz em Mateus, capítulo 24, versículo 12: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará”. O amor ao próximo, aos familiares, aos amigos, aos fãs e admiradores do trabalho do Gugu, não existiu.
Hoje, o clima é de luto no Brasil. Gugu fez parte da infância, da vida de todos nós, e da história da TV brasileira. Os portais realmente sérios fizeram seu papel, noticiaram com respeito e no tempo devido. Porém, graças aos irresponsáveis, sentimos duas vezes a mesma dor, como bem declarou Ticiane Pinheiro em suas redes sociais. Que possamos tirar uma lição de tudo isso.
Como uma pessoa formada em jornalismo, sei bem que muitas vezes temos que, quando uma fatalidade dessas acontece, já vamos deixando pronta a reportagem sobre o óbito da pessoa pública, fazendo uma retrospectiva sobre sua vida. Porém, a irresponsabilidade e a insensibilidade está em publicar antes, inclusive, da confirmação médica. E alguns famosos, inclusive, caíram nessa “fake news”.
Essa reflexão escrevo como jornalista formada. A morte de alguém não é algo que se deseje ter a primazia da notícia, o furo da reportagem. Muito pelo contrário. Deveria ser algo que fazemos por obrigação, torcendo para que não precisemos publicá-la, pedindo a Deus para que seja uma redação engavetada. Precisamos ser humanos, acima de sermos jornalistas, criadores de conteúdo ou simplesmente caça-cliques na internet.
A atitude desses portais só me fazem pensar em quão atual é a Bíblia, que diz em Mateus, capítulo 24, versículo 12: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará”. O amor ao próximo, aos familiares, aos amigos, aos fãs e admiradores do trabalho do Gugu, não existiu.
Hoje, o clima é de luto no Brasil. Gugu fez parte da infância, da vida de todos nós, e da história da TV brasileira. Os portais realmente sérios fizeram seu papel, noticiaram com respeito e no tempo devido. Porém, graças aos irresponsáveis, sentimos duas vezes a mesma dor, como bem declarou Ticiane Pinheiro em suas redes sociais. Que possamos tirar uma lição de tudo isso.
Foto: Edu Moraes / Record TV - Publicada pelo portal Revista Quem, noticiando o falecimento do apresentador
Coleção de tragédias
Imagem: Reprodução Mídias Sociais
Meu ano de 2019, como cheguei a citar em outra postagem aqui no blog, começou terrivelmente mal. O que eu não esperava era que tanta coisa ruim aconteceria em tão pouco tempo. Minha virada seria o presságio do que seria este ano.
Vamos começar pelo rompimento da barragem que aconteceu em Brumadinho no dia 25 de janeiro. Quantas vítimas, quantas vidas que terminaram ali mesmo. Comoção nacional. Um total de 165 mortos confirmados, cerca de 155 desaparecidos. Casas, natureza, animais, tudo destruído.
No dia 7 de fevereiro, descobriu-se que uma das vítimas de um acidente aéreo no Canal da Mancha era o jogador argentino Emiliano Sala. Luto no futebol mundial.
Como se já não bastasse isso, semana passada tivemos as fortes chuvas no Rio de Janeiro que levaram a vida de seis pessoas, e o incêndio no Ninho do Urubu, o alojamento dos jogadores da base do Flamengo, que levou mais dez vítimas - todos garotos de até 17 anos.
Dia 11 de fevereiro, um dia excepcionalmente triste. Um acidente de helicóptero em São Paulo. Mais uma vida que chega ao fim. Dessa vez, foi Ricardo Boechat, um dos maiores jornalistas do país, e o piloto Ronaldo Quattrucci. Como se fosse pouco, dois incêndios são noticiados no mesmo dia: um no CT do clube Bangu, no Rio de Janeiro, e outro na usina de Belo Monte, no Pará. Foi um dia em que parece que vivemos um ano inteiro.
Já no dia 12 de fevereiro, nos deparamos com mais uma notícia triste: o falecimento de Deise Cipriano, do grupo Fat Family, aos 39 anos, vítima de câncer.
O ano de 2019 está, literalmente, colecionando tragédias, sendo que grande parte delas poderia ter sido evitada. Uma atrás da outra. Faltam palavras para descrever tudo o que vivemos até agora. Sobram sentimentos. Estamos cansados de tanta notícia ruim, de tanto luto, de tanta dor. Só resta ch(orar) por cada familiar e amigo das vítimas, por esse país, por esse planeta, e cobrar respostas e punição aos culpados das tragédias anunciadas.
Vergonha alheia - do candidado e do jornalismo
Contudo, o que eu assisti não tinha nada de referência jornalística. O que eu vi me deu agonia, vergonha e me irritou muito. Uma tremenda falta de respeito de ambas as partes por não respeitar a vez do outro falar, fora os jornalistas intrometidos que metiam uma pergunta no meio da resposta do Bolsonaro pra outro jornalista.
Também vi uma completa e clara falta de preparo do candidato para responder perguntas simples e de real interesse, como planos para o Brasil nas áreas da economia, saúde e educação, com ajuda dos jornalistas que, ao perceberem isso, partiram para perguntas militantes.
Isso tornou uma entrevista de quase 1h30 tão improdutiva que terminei o vídeo com um sentimento de tempo perdido. Poderia ter assistido um filme legal na Netflix ou vídeos de entretenimento no YouTube que eu teria ganhado mais.
O despreparo dos jornalistas presentes também foi notório. Quem usa "verbete do Wikipedia" hoje em dia como fonte de informação? Aquilo ali pode ser editado por qualquer pessoa. Quantas vezes vimos memes de coisas totalmente nada a ver com o assunto tratado lá por causa dessa função? Nem os professores das escolas públicas de Ensino Fundamental estão aceitando Wikipedia como fonte de pesquisas.
E “Jesus refugiado”? Eu realmente tinha ouvido falar dessa pergunta antes de assistir ao vídeo, mas achei que o jornalista teria pego ao menos um trecho bíblico, ainda que fora de contexto histórico, para ter uma base, um fundamento para a sua pergunta. Mas nem isso. Ele só jogou a informação lá como se fosse confete. Que vergonha alheia!
É nessas horas que eu penso: é por isso que até hoje eu não consegui nenhuma vaga na área do jornalismo. Eu não consigo engolir a “turma da lacração” e também não sigo igual a um cachorrinho um candidato ou uma ideologia política, seja qual for.
Para piorar o cenário, tem muitos cristãos “idolatrando” o candidato, porque ele diz que defende a família, porque ele fala em Deus (não sei se em vão como um certo deputado que hoje está preso) e porque ele citou um versículo bíblico ao final de sua entrevista: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32). Ora, ele mesmo afirmou que “para a infelicidade da esquerda, ele não vai morrer”. Como ele pode saber? Ele esqueceu que não pode adicionar um segundo à própria vida e nem sequer temos certeza de estarmos vivos daqui cinco minutos. Desejo que ele viva bastante tempo, mas é uma realidade. Não sabemos o dia de amanhã. Meias verdades não me iludem mais.
Resumão de toda essa história: Jair Bolsonaro possui um discurso vazio igual ao de qualquer político, e os jornalistas são vazios. De conteúdo. O que me traz vergonha da profissão na qual me formei. Bolsonaro fala muito que o Brasil está cansado da esquerda, mas sequer consegue consultar os “especialistas” aos quais ele deseja se aliar para governar o país, para se informar sobre projetos para educação, economia e saúde, para responder perguntas simples em uma entrevista que deveria ao menos ter a finalidade de mostrar quais são as propostas de um candidato. E os jornalistas fizeram um desserviço à população brasileira, mostrando que estavam ali apenas para defender um viés ideológico, e pior: sem nenhum argumento realmente embasado.
O grande Caos chamado Brasil
Prende e solta https://t.co/aSN4PmJ1yy pic.twitter.com/2V0v67LDJs— Humor Político (@HumorPoliticobr) 9 de julho de 2018
Neste domingo (08/07) presenciamos uma verdadeira salada judicial. De repente, sai um mandato de soltura expedido pelo desembargador do TRF-4 de plantão no dia, Rogério Favreto, sob a justificativa da pré-candidatura à eleição para a presidência da República do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A partir de então começou o cabo-de-guerra. O juiz Sérgio Moro, de férias, alega que o desembargador não tem competência para conceder a liberdade para Lula. Favreto, então, emitiu mais uma vez o habeas corpus. O Ministério Público Federal teve que intervir, solicitando a reconsideração sobre essa decisão. Então, o desembargador João Pedro Gebran Neto, que é relator dos processos da Lava Jato, determinou que a ordem de Favreto não seria cumprida. Este, então, decidiu apelar: emitiu uma ordem de soltura e determinou o prazo de UMA HORA para que o ex-presidente fosse liberto. Contudo, o presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, bateu o martelo: Lula continua preso.
Foi descoberto também que esse desembargador que tanto insistiu na liberdade de Lula era filiado ao PT por 19 anos, tornando claras as intenções dele de se utilizar de seu poder jurídico para beneficiar, por questões ideológicas, alguém que foi condenado por cometer crimes contra o país.
Uma das coisas mais tristes desse cenário é que percebemos que não podemos confiar nem em nossos magistrados. É inquietante saber que, para benefício de um ex-presidente que tem se mostrado corrupto e implacável, nossa justiça pode ser célere; mas para o cidadão comum, não existe essa preocupação. Tantos trâmites são impostos na burocracia de nosso sistema judiciário que se torna desgastante entrar com qualquer ação. Porém, aparentemente, para uma figura como Lula, não existe “fila de espera” ou mesmo burocracia. Tudo é rápido, eficaz.
Outro fato vergonhoso para nosso país é ver que nossos juízes simplesmente fizeram uma grande farra nos noticiários, indo e voltando atrás nas decisões tomadas, como literalmente aquela brincadeira de cabo-de-guerra. Sujamos mais uma vez a nossa imagem diante do mundo com essa palhaçada. É por essas e outras que a população anda saturada de ouvir falar de assuntos políticos. Porque esse grande caos chamado Brasil não nos deixa ter orgulho de nossos representantes. Só nos resta o futebol mesmo.
Resenha #20 | Anjos e Demônios
Título: Anjos e Demônios
Autor: Dan Brown
Gênero: Ficção
Nacionalidade: Norte-americana
Título original: Angels & Demons
Tradução: Maria Luiza Newlands da Silveira
Editora: Arqueiro
Nota: 9/10
Mais uma obra do consagrado autor Dan Brown, Anjos e Demônios conta a primeira aventura de Robert Langdon, o professor universitário especialista em arte e simbologia religiosa de Harvard, em busca de salvar a Cidade do Vaticano de uma bomba de antimatéria criado por Leonardo e Vittoria Vetra, pai e filha cientistas do CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléare), um famoso instituto de pesquisas científicas localizado na Suíça.
Tudo começa quando Langdon recebe uma ligação de Maximilian Kohler, físico responsável pelo CERN, que o convoca para ir até a Suíça, para ajudá-lo a resolver um mistério: a morte de Leonardo Vetra, um dos cientistas do instituto. Ao receber um fax com a imagem do corpo de Vetra marcado com o símbolo Illuminati, acaba decidindo por embarcar no avião que fora buscá-lo.
Lá, ele consegue ver a cena ao vivo. O peito do cientista marcado com brasa, com um símbolo perfeitamente legível quando visto normalmente e também num ângulo de 180º, escrito Iluminatti. Vittoria, filha adotiva de Leonardo, chega ao CERN de uma viagem de trabalho, aterrorizada pela notícia de que, mais uma vez, estava sozinha no mundo.
Após algumas investigações e demonstrações sobre o que a antimatéria é capaz de fazer, eles descobrem que uma das amostras foi roubada, e que podem estar no Vaticano, onde será realizado o conclave para a escolha de um novo papa.
Entre as diversas pistas que Langdon e Vittoria precisam decifrar para percorrer o “Caminho da Iluminação”, para tentar salvar os quatro principais candidatos ao papado que foram sequestrados, eles precisam lidar contra o tempo: exatamente à meia-noite daquele mesmo dia, a antimatéria explodiria, destruindo uma cidade inteira.
A trama é repleta de reviravoltas, de uma narrativa ímpar, diria até melhor que a do O Código da Vinci. A história é muito bem tecida, principalmente quando se trata de sua principal revelação: quem matou Leonardo Vetra, o Papa e os preferitti? É um texto que mexe com a imaginação e aguça a curiosidade do leitor a cada capítulo. Um duelo entre anjos e demônios, entre a Igreja Católica e o antigo mito dos Illuminati, entre o bem e o mal, entre a ciência e a fé, e até que ponto as coisas estão exatamente distantes ou unidas. Uma verdadeira homenagem à reflexão crítica sobre ambos os lados.
Espiritualmente falando, achei o livro bem menos pesado que O Código da Vinci. Este livro traz uma suavidade maior, uma abordagem mais relevante em termos religiosos, pois traz algumas reflexões interessantes quanto à nossa postura enquanto cristãos, em relação à ciência, ao comportamento em sociedade e até à fé.
Mesmo com todas essas características maravilhosas, a insistência do autor em demonizar sempre um personagem que, para ele, represente a fé e a religião me faz repensar uma nota 10. Esse ponto de vista me parece um pouco preconceituoso, indicando sutilmente que os maiores males da humanidade estão na fé, e a única forma de se ter fé é não sendo inteligente nem racional. Uma visão muito ultrapassada e antiquada.
Contudo, é apenas o ponto de vista desta que vos escreve, não é verdade?
Por isso, recomendo a leitura, para que você possa tirar suas próprias conclusões. Afinal, antes de começar essa saga, ouvi diversas vezes que o único livro que foi realmente extraordinário de Dan Brown foi O Código da Vinci, e os seguintes foram apenas uma sucessão de livros feitos pelo molde de sucesso que seu primeiro livro foi. Mas agora eu discordo completamente dessa afirmação, já que percebi nuances muito mais maduras em Anjos e Demônios, tornando-o mais interessante.
Uma das coisas que surpreendem no livro: a marca Illuminati, que pode ser lido também ao contrário
Carta para o futuro
Olá, Andressa.
Eu sou você aos 21 anos.
Espero que, no dia que você esteja lendo essa carta, se lembre dessa época da sua vida. É uma época muito boa, apesar das lutas diárias.
Escrevi essa carta em janeiro de 2018. Você acabou de realizar um dos maiores sonhos da sua vida, que é se formar na faculdade. Você está muito feliz e radiante com essa conquista.
Você já está casada há quase três anos. O casamento está cada vez melhor, com cada vez menos brigas e mais sintonia entre você e o Luiz Henrique. Vocês fazem um belo casal, nunca se esqueça disso.
A situação financeira não é das melhores, mas graças a Deus não tem faltado o alimento, e o Senhor tem dado a provisão. Está tudo se encaixando, e tenho fé que este ano vamos conseguir fazer aquele pé-de-meia para tirar do papel os nossos planos de viajar para conhecer o Uruguai, o México, ou até morar em outro país.
Você está trabalhando de quê? Pois em 2018 você trabalha com callcenter. Hoje, você faz parte de uma célula de e-mail de um grande e-commerce. Mas ainda tem a esperança de conseguir um emprego na área do jornalismo.
Olha, espero que você ainda goste de ouvir música. Seu estilo preferido no dia que escrevi essa carta é o Reggaeton, mas você não deixou de gostar do tuts tuts.
E o canal no YouTube, deu certo? Vou confessar que hoje estou com preguiça de fazer vídeos, e muitas vezes já pensei em excluir o canal.
E os livros que queria escrever? Conseguiu terminar (ou começar, pelo menos)? Lembra do "A menina que não sabia falar"? Pois é, preciso revisá-lo, mas ando sem paciência para fazer muitas coisas ultimamente. O TCC me abalou um pouco psicologicamente, e estou precisando descansar a mente de obrigações. Nem sei se um dia vou ter coragem de publicá-lo numa editora.
O blog, você não abandonou né? Pelo amor de Deus, esse é o cantinho onde ainda posso colocar em prática minha criatividade e meus textos, e relembrar coisas maravilhosas que já escrevi.
Bom, de todas essas coisas, o que eu quero de verdade é que você não tenha abandonado a fé em Cristo, e lembre-se sempre de Mateus 6:33, que diz: "Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e Sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas". Não se preocupe muito com o restante, pois são coisas secundárias. Ocupe-se com o Reino, com a sua vida espiritual e ministerial. Faça o que Deus te chamou a fazer. O resto Ele acrescenta em sua vida.
Bom, acho que é isso por agora. Espero encontrar sua carta em breve, viu?
Um beijão ♥
Andressa.
Eu sou você aos 21 anos.
Espero que, no dia que você esteja lendo essa carta, se lembre dessa época da sua vida. É uma época muito boa, apesar das lutas diárias.
Escrevi essa carta em janeiro de 2018. Você acabou de realizar um dos maiores sonhos da sua vida, que é se formar na faculdade. Você está muito feliz e radiante com essa conquista.
Você já está casada há quase três anos. O casamento está cada vez melhor, com cada vez menos brigas e mais sintonia entre você e o Luiz Henrique. Vocês fazem um belo casal, nunca se esqueça disso.
A situação financeira não é das melhores, mas graças a Deus não tem faltado o alimento, e o Senhor tem dado a provisão. Está tudo se encaixando, e tenho fé que este ano vamos conseguir fazer aquele pé-de-meia para tirar do papel os nossos planos de viajar para conhecer o Uruguai, o México, ou até morar em outro país.
Você está trabalhando de quê? Pois em 2018 você trabalha com callcenter. Hoje, você faz parte de uma célula de e-mail de um grande e-commerce. Mas ainda tem a esperança de conseguir um emprego na área do jornalismo.
Olha, espero que você ainda goste de ouvir música. Seu estilo preferido no dia que escrevi essa carta é o Reggaeton, mas você não deixou de gostar do tuts tuts.
E o canal no YouTube, deu certo? Vou confessar que hoje estou com preguiça de fazer vídeos, e muitas vezes já pensei em excluir o canal.
E os livros que queria escrever? Conseguiu terminar (ou começar, pelo menos)? Lembra do "A menina que não sabia falar"? Pois é, preciso revisá-lo, mas ando sem paciência para fazer muitas coisas ultimamente. O TCC me abalou um pouco psicologicamente, e estou precisando descansar a mente de obrigações. Nem sei se um dia vou ter coragem de publicá-lo numa editora.
O blog, você não abandonou né? Pelo amor de Deus, esse é o cantinho onde ainda posso colocar em prática minha criatividade e meus textos, e relembrar coisas maravilhosas que já escrevi.
Bom, de todas essas coisas, o que eu quero de verdade é que você não tenha abandonado a fé em Cristo, e lembre-se sempre de Mateus 6:33, que diz: "Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e Sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas". Não se preocupe muito com o restante, pois são coisas secundárias. Ocupe-se com o Reino, com a sua vida espiritual e ministerial. Faça o que Deus te chamou a fazer. O resto Ele acrescenta em sua vida.
Bom, acho que é isso por agora. Espero encontrar sua carta em breve, viu?
Um beijão ♥
Andressa.
Moça, você é muito mais do que linda
Ei moça. É, você mesma. Você é linda sim, mas não é só essa qualidade que você tem.
Eu sei, nas suas fotos do Instagram ou do Facebook, é esse o elogio mais comum que você recebe. Mas não é só esse elogio vazio que te define. Quem você é vale muito mais e vai muito além do que a sua aparência física.
Onde está sua essência? Em algo passageiro como a juventude e a beleza do corpo, ou em algo mais profundo como a beleza da alma?
Moça, você é muito mais do que linda. É inteligente no seu ramo do saber. É única no seu jeito de lidar com as pessoas e com as situações da vida. É forte, veja quanta coisa você já superou. É guerreira, veja quantas coisas já conquistou.
Então não se engane: não deixe um "linda" vazio de significado ser o estopim da sua auto-estima. Seja a sua essência, quem você é, ou quer ser (desde que seja sempre para melhor). Transborde alegria por onde passar. E você verá que ser apenas "linda" é raso demais para a profundidade de quem você é.
7 de setembro e uma independência fajuta
Hoje é dia 7 de setembro, dia da independência do Brasil. Dizem que a famosa frase, "Independência ou morte", foi proclamada nesse mesmo dia, em 1822, pelo então príncipe-regente Dom Pedro I. Hoje é feriado nacional, mesmo assim trabalhei. Hoje era dia de comemorar, mas não sei.
Não sei qual o motivo de se comemorar. A nossa história fajuta de independência, na verdade, só aconteceu porque Dom Pedro I estava com dor de barriga, e ele não gritou independência ou morte, apenas declarou que ficava no Brasil, desobedecendo a corte de Portugal.
Para piorar a situação, tivemos em nossa história duas ditaduras, a Vargas e a Militar. Antes da primeira, tínhamos uma monarquia que dizem que até ia bem das pernas, mas que sofreu um 'golpe' dos defensores da 'República' como forma de governar. Declarada a República em 1889, nos tornamos a famosa "República do Café com Leite", pois só eram eleitos candidatos paulistas ou mineiros. Até que Getúlio Vargas apareceu e deu um golpe de Estado. Anos depois, quando decidiu "sair do poder", conseguiu eleger o seu candidato à presidência, e ainda por cima conseguiu se re-eleger.
Na ditadura militar, foram mais de 20 anos de repressão da imprensa e da expressão, em qualquer esfera, quando contrária ao regime. Vários militares assumiram o cargo de "presidentes" do Brasil, a corrupção correndo solta, e um "milagre econômico" baseado em números fajutos, inventados pelo governo como forma de oficializar uma grande mentira. Pessoas eram torturadas e mortas, ou estão desaparecidas até hoje, graças a esse período.
E depois da ditadura militar? Já foram DOIS impeachments, vários escândalos de corrupção, dentre eles a Lava Jato, a mais famosa de todos os tempos. Há apenas alguns dias dos 195 anos de independência, foi descoberto apenas R$ 51 MILHÕES num apartamento, dinheiro esse desviado em um esquema de corrupção da Caixa Econômica Federal pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima. Dinheiro esse que poderia estar sendo investido na saúde, na educação, na segurança pública, no transporte, que são tão precários neste país, mas que está servindo apenas para encher os bolsos desses urubus, enquanto nós perdemos nossos direitos trabalhistas e sociais, cada dia mais.
Mas hoje seria dia de comemorar. Desfile militar em Brasília, Esquadrilha da Fumaça e desfiles de fanfarras espalhados pelo país que, em crise, sofre e pena com milhões de desempregados e uma corja de ladrões no poder. Será mesmo que tenho motivos para comemorar a independência?
Renovando-me
As lágrimas que costumavam cair todos os dias já não teimam mais em aparecer. Os dias tristes vão ficando para trás, a esperança se renovou. O fantasma da depressão já não assombra mais, não me rodeia mais. Já não há mais razão para abater-se. O consolo chegou.
O sorriso finalmente brotou no solo árido e vazio que era meu rosto abatido pelas circunstâncias da vida. O sol está mais aconchegante, o vento mais refrescante, e o frio já não incomoda mais. Jesus trouxe cura e restauração ao meu coração aflito. A dor tomou Doril. Feridas abertas agora cicatrizam mais rápido. O rancor se foi. O amor ficou.
As questões se dissiparam. Nem todas as perguntas precisam ser respondidas. Muito menos agora. O que é o meu tempo tão apressado e insignificante perto da grandeza da eternidade que Jesus me deu de presente? Enquanto eu só olhei o momento, Ele me mostrou que o descanso está em ter a eternidade inteira pela frente para descobrir. Essa vida não é nada. Esperar por ela é absurdo. O futuro é muito mais do que meus planos para daqui 2, 5, 10 ou 20 anos. Ter tudo sob controle é tão diferente de simplesmente ter um norte a seguir. E o norte é Cristo. Ele quem dá o descanso que nossa alma precisa para sobreviver, enquanto ainda estamos aqui.
"(...) o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã."Salmo 30:5"que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus."2 Coríntios 1:4"Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor.Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos."Salmos 55:8-9"Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada."Romanos 8:18"Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens."1Coríntios 15:19
Lugar além do tempo
(Novembro, 2016).
Sabe, Senhor...
Estar na Sua presença é provar da atemporalidade da vida.
É sentir o mais profundo dos oceanos, mas sem medo.
É sentir a graça perfeita, que leva embora toda a culpa e os julgamentos.
É saber que o que se passa aqui, agora, enquanto estamos a sós, é incrivelmente íntimo e indescritível.
Talvez o segredo, se é que esse tipo de coisa existe, seja entender que o quê se passa nesse lugar vai além do tempo.
Além e independente das minhas cicatrizes passadas e escolhas erradas.
Além do tempo em que se encontram as minhas fraquezas e dificuldades.
Chega ir até mesmo além da rapidez e perspicácia dos meus pensamentos e da minha ansiosa imaginação.
Quando estou na Sua presença aprendo a viver em cada novo dia.
E também relembro que nenhuma tempestade é eterna. Da mesma maneira que a minha vida também é finita.
Mas é que descobri, Deus, que não importa se meu mundo possa virar de cabeça para baixo em questão de segundos.
Porque Você permanece aqui, comigo.
E se Você está aqui eu posso lidar com todas as coisas.
Pois sempre vou poder recorrer a Ti e encontrar também em Ti o lugar que vai além do tempo, além das circunstâncias, além das minhas próprias limitações.
Obrigada por permanecer aqui além do tempo e, principalmente, além de mim.
Ps.: É engraçado como mesmo o tempo parando quando estou na Tua presença, nasce em mim um desejo pela eternidade.
Sabe, Senhor...
Estar na Sua presença é provar da atemporalidade da vida.
É sentir o mais profundo dos oceanos, mas sem medo.
É sentir a graça perfeita, que leva embora toda a culpa e os julgamentos.
É saber que o que se passa aqui, agora, enquanto estamos a sós, é incrivelmente íntimo e indescritível.
Talvez o segredo, se é que esse tipo de coisa existe, seja entender que o quê se passa nesse lugar vai além do tempo.
Além e independente das minhas cicatrizes passadas e escolhas erradas.
Além do tempo em que se encontram as minhas fraquezas e dificuldades.
Chega ir até mesmo além da rapidez e perspicácia dos meus pensamentos e da minha ansiosa imaginação.
Quando estou na Sua presença aprendo a viver em cada novo dia.
E também relembro que nenhuma tempestade é eterna. Da mesma maneira que a minha vida também é finita.
Mas é que descobri, Deus, que não importa se meu mundo possa virar de cabeça para baixo em questão de segundos.
Porque Você permanece aqui, comigo.
E se Você está aqui eu posso lidar com todas as coisas.
Pois sempre vou poder recorrer a Ti e encontrar também em Ti o lugar que vai além do tempo, além das circunstâncias, além das minhas próprias limitações.
Obrigada por permanecer aqui além do tempo e, principalmente, além de mim.
Ps.: É engraçado como mesmo o tempo parando quando estou na Tua presença, nasce em mim um desejo pela eternidade.
"Tenho visto o fardo que Deus impôs aos homens. Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez. " Eclesiastes 3:10
Desejo pelo poder (de Deus)
Há alguns crentes hoje que estão tão obcecados por receber o Espírito Santo, por receber o poder do Espírito Santo, por ter dons do Espírito, que esquecem do essencial: que na verdade, o que devemos buscar com todo o coração, com todas as forças e com todo o entendimento, é simplesmente mais intimidade com Deus.
Essas pessoas se encaixam muito no perfil de um personagem bíblico chamado Simão, o mágico. Para entender toda a história dele, é interessante ler a passagem de Atos 8:9-25. Vou dar uma breve resumida aqui, e selecionar o trecho que eu quero debater nesta postagem.
Simão, o mágico, era uma espécie de enganador do povo de Samaria. Fazia truques mágicos e iludia as pessoas, dizendo-se ser o "grande vulto", e o povo o temia. Num determinado momento, Filipe foi pregar o evangelho em Samaria, e as pessoas começaram a se converter. Impressionado com o poder de Deus que saía de Filipe, Simão passou a segui-lo. Os apóstolos Pedro e João, então, foram até Samaria para que os novos convertidos recebessem o Espírito Santo. Então ocorreu esse episódio:
Muitos focam no sobrenatural, no poder de Deus agindo através de si, e esse não é o foco. O verdadeiro foco é Cristo, que morreu e ressuscitou para salvar nossas almas da morte eterna! Mesmo que muitos não se julguem dentro desse contexto simplesmente porque não ofereceram dinheiro aos seus líderes e pastores, isso não significa que não tenham tentado barganhar com Deus, para conseguir ter Seu poder, em troca de qualquer coisa, como fidelidade por exemplo. Fidelidade é um voto que fazemos com Deus a partir do momento em que decidimos aceitar o sacrifício de Jesus por nós.
E esse desejo pelo poder de Deus é tão somente para ter o reconhecimento das pessoas, para que os outros digam "esse realmente é convertido". Que grande mentira! Não são essas obras que demonstrarão que você é realmente um cristão. É seu caráter sendo moldado ao de Cristo, é o fruto do Espírito se manifestando em você em forma de amor, alegria, paz, mansidão, bondade, benignidade, longanimidade, fidelidade e domínio próprio, como diz Gálatas 5:22-23. E isso tudo só pode acontecer quando você se debruça diante de Deus em oração e leitura da Palavra. O poder Dele agindo através de você será pura consequência de uma vida consagrada. Tem uma frase que sempre ouço na igreja, que é:
O que o pregador Todd White diz nesse vídeo abaixo exemplifica muito bem o que quero dizer.
Essas pessoas se encaixam muito no perfil de um personagem bíblico chamado Simão, o mágico. Para entender toda a história dele, é interessante ler a passagem de Atos 8:9-25. Vou dar uma breve resumida aqui, e selecionar o trecho que eu quero debater nesta postagem.
Simão, o mágico, era uma espécie de enganador do povo de Samaria. Fazia truques mágicos e iludia as pessoas, dizendo-se ser o "grande vulto", e o povo o temia. Num determinado momento, Filipe foi pregar o evangelho em Samaria, e as pessoas começaram a se converter. Impressionado com o poder de Deus que saía de Filipe, Simão passou a segui-lo. Os apóstolos Pedro e João, então, foram até Samaria para que os novos convertidos recebessem o Espírito Santo. Então ocorreu esse episódio:
"Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito [Santo], ofereceu-lhes dinheiro, propondo: Concedei-me também a mim este poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo. Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus. Não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, da tua maldade e roga ao Senhor; talvez te seja perdoado o intento do coração; pois vejo que estás em fel de amargura e laço de iniquidade. Respondendo, porém, Simão lhes pediu: Rogai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes sobrevenha a mim."
Atos 8:18-24
Muitos focam no sobrenatural, no poder de Deus agindo através de si, e esse não é o foco. O verdadeiro foco é Cristo, que morreu e ressuscitou para salvar nossas almas da morte eterna! Mesmo que muitos não se julguem dentro desse contexto simplesmente porque não ofereceram dinheiro aos seus líderes e pastores, isso não significa que não tenham tentado barganhar com Deus, para conseguir ter Seu poder, em troca de qualquer coisa, como fidelidade por exemplo. Fidelidade é um voto que fazemos com Deus a partir do momento em que decidimos aceitar o sacrifício de Jesus por nós.
E esse desejo pelo poder de Deus é tão somente para ter o reconhecimento das pessoas, para que os outros digam "esse realmente é convertido". Que grande mentira! Não são essas obras que demonstrarão que você é realmente um cristão. É seu caráter sendo moldado ao de Cristo, é o fruto do Espírito se manifestando em você em forma de amor, alegria, paz, mansidão, bondade, benignidade, longanimidade, fidelidade e domínio próprio, como diz Gálatas 5:22-23. E isso tudo só pode acontecer quando você se debruça diante de Deus em oração e leitura da Palavra. O poder Dele agindo através de você será pura consequência de uma vida consagrada. Tem uma frase que sempre ouço na igreja, que é:
"Quanto mais eu leio a Bíblia, mais a Bíblia me lê."
O que o pregador Todd White diz nesse vídeo abaixo exemplifica muito bem o que quero dizer.
O grande amor de Jesus
(Antes de começar a ler, aperte o play)
Era uma vez um Deus que amava a humanidade de uma forma inexplicável. Esse Deus, que criou todo o universo, a Terra, os seres vivos, tinha um relacionamento com o primeiro casal: Adão e Eva. Mas o pecado separou o Criador de sua criatura.
E a humanidade então começou a caminhar sem Deus. Cada vez mais distante, a humanidade passou a se tornar cada vez mais capaz das piores atrocidades. Algumas pessoas, bem poucas mesmo, até decidiram caminhar com Deus; mas mesmo assim, dentro de si, tinham algo que precisava ser mudado.
Lá do céu, Jesus, filho de Deus, o prometido Messias, olhava para a humanidade, e sabia que teria que intervir, para nos salvar, para nos dar a chance de voltarmos a ter um relacionamento com o Criador (que era Ele mesmo também). Então, no tempo certo, Ele desceu para a Terra, no ventre de uma virgem. Passou por todas as fases da gestação dentro de um útero. Nasceu igual a todos nós. Abriu mão da Sua glória para depender totalmente de uma mulher, de uma mãe, para amamentá-Lo, cuidar Dele, limpar o Seu bumbum, vesti-Lo e educá-Lo. Foi um bebê, uma criança, um adolescente, um homem.
Estudou a Lei hebraica e a conhecia muito bem. Conhecia a História de Israel e o que os profetas escreveram. Nele se cumpriram a Lei e as profecias. ELE É o herdeiro do trono de Israel e de Judá, da linhagem real de Davi. Ele passou por todas as etapas para se tornar Rabi (que quer dizer Mestre) e também tinha uma profissão: a de carpinteiro. Ele chamou 12 homens para ensinar e tê-los perto de si, os discípulos. Pregou para multidões, mas poucos realmente demonstraram ter fé Nele. Curou muitos enfermos, expulsou demônios, fez milagres. Foi odiado pelos principais líderes religiosos da época (e parece que ainda é até os dias de hoje). Foi traído por um dos Seus discípulos, abandonado e zombado, passou vergonha em público, apanhou, sangrou, foi crucificado, deram-Lhe vinagre para beber quando teve sede, agonizou, enfiaram-Lhe uma lança, e morreu.
Ele escolheu sofrer a pior morte de todas, escolheu carregar o peso dos nossos pecados nas próprias costas, escolheu o castigo que NÓS merecíamos, porque Ele nos olhou com olhos de amor. Levou nossa culpa por amor. Que grande amor é esse o de Jesus, que sendo Deus se fez homem e sentiu na pele o que de pior um ser humano poderia sofrer?
"Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna."
João 3:16
21 years, 21 questions
Eu sei que fiquei devendo a minha tradicional postagem de aniversário. Sim, ficou para este mês.
Como alguns já devem saber, meu aniversário foi no dia 19 de abril. Fiz 21 anos. Nesse dia, eu refleti muito sobre minha vida e os rumos que ela está tomando, neste último ano de faculdade, com TCC para fazer e a pressão de conseguir um estágio, que até hoje não consegui. Para mim, é um pouco complicado admitir que quase entrei em depressão nesses últimos meses, pois sei quantas pessoas me veem como referência, exemplo, e até mesmo muitos acham que a minha vida é um mar de rosas e que nunca soube o que é passar por dificuldades. Por isso, separei 21 perguntas, uma para cada ano de nascimento que tenho, que me fizeram refletir, embalada pelo som do 50 Cent.
1. Meus planos para o futuro parecem que estão dando errado. E agora?
2. Por que eu tenho tanta necessidade de ter o controle da situação? Jesus é quem toma conta do meu futuro.
3. Até agora não consegui estágio. Estou ficando para trás. Isso faz de mim uma fracassada?
4. E se eu nunca conseguir entrar no mercado de trabalho no jornalismo?
5. Por que minha alma anda tão aflita? (Salmos 42:5)
6. Qual é o problema comigo? Não sou chamada para nenhuma vaga...
7. Por que estou me sentindo tão triste?
8. Qual é o sentido de tudo isso que estou vivendo hoje?
9. Será mesmo que o jornalismo foi a escolha certa?
10. Que rumos devo tomar depois de terminar a faculdade?
11. Será que vou conseguir me formar?
12. Ainda devo sonhar ou será melhor colocar os pés no chão e aceitar a minha realidade?
13. Estou preparada para o que me espera daqui para frente?
14. Por que eu quero tanto voltar a ser criança, se quando eu era criança meu maior sonho era crescer?
15. Por que acho que a melhor época da minha vida já acabou, e agora só verei espinhos?
16. Será que a Andressa de 8 anos se orgulharia da Andressa de 21 anos?
17. Por que não aprendi ainda a lidar com os fracassos da vida?
18. Qual é a necessidade de ser bem sucedida?
19. Por que estou tão decepcionada com as coisas da vida? Eu só tenho 21 anos...
20. Onde está a minha motivação?
21. Por que ultimamente tenho sido tão ingrata com Deus?
Apesar dos problemas, das pressões, de tudo, Deus está comigo. Não tenho a resposta de nenhuma dessas perguntas. Mas creio que Ele escreve meu futuro. Em Suas mãos estão a caneta e o papel.
Como alguns já devem saber, meu aniversário foi no dia 19 de abril. Fiz 21 anos. Nesse dia, eu refleti muito sobre minha vida e os rumos que ela está tomando, neste último ano de faculdade, com TCC para fazer e a pressão de conseguir um estágio, que até hoje não consegui. Para mim, é um pouco complicado admitir que quase entrei em depressão nesses últimos meses, pois sei quantas pessoas me veem como referência, exemplo, e até mesmo muitos acham que a minha vida é um mar de rosas e que nunca soube o que é passar por dificuldades. Por isso, separei 21 perguntas, uma para cada ano de nascimento que tenho, que me fizeram refletir, embalada pelo som do 50 Cent.
1. Meus planos para o futuro parecem que estão dando errado. E agora?
2. Por que eu tenho tanta necessidade de ter o controle da situação? Jesus é quem toma conta do meu futuro.
3. Até agora não consegui estágio. Estou ficando para trás. Isso faz de mim uma fracassada?
4. E se eu nunca conseguir entrar no mercado de trabalho no jornalismo?
5. Por que minha alma anda tão aflita? (Salmos 42:5)
6. Qual é o problema comigo? Não sou chamada para nenhuma vaga...
7. Por que estou me sentindo tão triste?
8. Qual é o sentido de tudo isso que estou vivendo hoje?
9. Será mesmo que o jornalismo foi a escolha certa?
10. Que rumos devo tomar depois de terminar a faculdade?
11. Será que vou conseguir me formar?
12. Ainda devo sonhar ou será melhor colocar os pés no chão e aceitar a minha realidade?
13. Estou preparada para o que me espera daqui para frente?
14. Por que eu quero tanto voltar a ser criança, se quando eu era criança meu maior sonho era crescer?
15. Por que acho que a melhor época da minha vida já acabou, e agora só verei espinhos?
16. Será que a Andressa de 8 anos se orgulharia da Andressa de 21 anos?
17. Por que não aprendi ainda a lidar com os fracassos da vida?
18. Qual é a necessidade de ser bem sucedida?
19. Por que estou tão decepcionada com as coisas da vida? Eu só tenho 21 anos...
20. Onde está a minha motivação?
21. Por que ultimamente tenho sido tão ingrata com Deus?
Apesar dos problemas, das pressões, de tudo, Deus está comigo. Não tenho a resposta de nenhuma dessas perguntas. Mas creio que Ele escreve meu futuro. Em Suas mãos estão a caneta e o papel.
O tédio da correria
Este texto foi escrito originalmente em novembro de 2014 (clique aqui para ver o texto original), e re-escrito para o blog.
Numa cidade como São Paulo, a correria é algo monótono. Se pararmos para prestar atenção no que ocorre ao nosso redor, perceberemos que o agito já não é tão dinâmico. Estamos tão acostumados a essa "vida agitada" que novidade mesmo é quando está tudo calmo, tranquilo, sem trânsito e sem pessoas correndo para todos os lados. Isso geralmente ocorre na última semana do ano e na primeira do ano seguinte, quando todos estão viajando, e até vira notícia no SPTV.
Na Rua Vergueiro, que mais parece avenida, por volta das 9h50 da manhã, o termômetro marcava 21ºC. No relógio de rua sempre há alguma publicidade. Naquele 7 de novembro, o famoso Maracugina - aquele que te deixa calminho, calminho... - dividia espaço com a costumeira vlogger que faz tutoriais de maquiagem no YouTube. Digo costumeira porque, durante meses, vi todos os dias o rosto bonito daquela mulher estampado no mesmo lugar.
Numa cidade como São Paulo, a correria é algo monótono. Se pararmos para prestar atenção no que ocorre ao nosso redor, perceberemos que o agito já não é tão dinâmico. Estamos tão acostumados a essa "vida agitada" que novidade mesmo é quando está tudo calmo, tranquilo, sem trânsito e sem pessoas correndo para todos os lados. Isso geralmente ocorre na última semana do ano e na primeira do ano seguinte, quando todos estão viajando, e até vira notícia no SPTV.
Na Rua Vergueiro, que mais parece avenida, por volta das 9h50 da manhã, o termômetro marcava 21ºC. No relógio de rua sempre há alguma publicidade. Naquele 7 de novembro, o famoso Maracugina - aquele que te deixa calminho, calminho... - dividia espaço com a costumeira vlogger que faz tutoriais de maquiagem no YouTube. Digo costumeira porque, durante meses, vi todos os dias o rosto bonito daquela mulher estampado no mesmo lugar.
Aliás, alguém tem que explicar como pode uma via tão extensa
quanto a Rua Vergueiro, com mais de 9 quilômetros, que começa no bairro da
Liberdade, no centro, e termina no Sacomã, na Zona Sul, que passa em bairros
importantes como Paraíso e Vila Mariana, que dá acesso às vias mais conhecidas
da região, como Av da Liberdade, Av Dr Ricardo Jafet, Rua Santa Cruz, Av Dr.
Gentil de Moura e Av Presidente Tancredo Neves, que tem seu acesso por 5 estações
de metrô, sendo 4 da linha 1 azul: São
Joaquim, Vergueiro, Paraíso, Ana Rosa, e uma da Linha 2 – Verde: Chácara Klabin,
pode ser chamada de RUA. Qual é o critério para denominar se uma via é rua,
avenida, estrada? Perto da minha casa existe uma “ruela” que tem por nome Av
Barro Branco. Vai entender.
Bom, vamos continuar as descrições daquele dia. O frio que eu estava sentindo foi se dissipando quando estrategicamente me posicionei em pontos onde batia um pouco de sol. É reparável o tédio que qualquer pessoa sente ao parar e observar aquela correria de pessoas que passavam com destino à faculdade, ao trabalho, ao Centro Cultural, etc. Em meio ao estresse do cotidiano, fumantes buscam se acalmar ingerindo fumaça tóxica, soltando ao vento e atingindo o rosto de quem está atrás, como se ninguém se incomodasse com aquilo. A correria é egoísta e não se importa com o próximo.
Dez minutos se passaram. O termômetro passou a marcar 22º C. Ciclistas passavam aos montes, e carros então... nem se fala. Mas dois fatos chamaram a atenção. O primeiro, um carro daqueles pequenos, esses compactos mesmo que estão em todos os lugares hoje em dia, numa cor bem exótica: laranja metálico. É um pouco difícil encontrar carros nessa cor, já que a maioria são pratas, pretos, brancos, cinzas, e os mais ousados são vermelhos ou amarelos. De vez em quando ainda aparece um verde ou azul – geralmente escuro. Mas laranja metálico? É realmente muito bonito. O segundo, a quantidade de táxis às 10h. Não fazia ideia de quantos desses veículos circulavam naquela região e naquele horário. Lembrando que na época não existiam ainda nem UBERs nem táxis pretos.
Bom, vamos continuar as descrições daquele dia. O frio que eu estava sentindo foi se dissipando quando estrategicamente me posicionei em pontos onde batia um pouco de sol. É reparável o tédio que qualquer pessoa sente ao parar e observar aquela correria de pessoas que passavam com destino à faculdade, ao trabalho, ao Centro Cultural, etc. Em meio ao estresse do cotidiano, fumantes buscam se acalmar ingerindo fumaça tóxica, soltando ao vento e atingindo o rosto de quem está atrás, como se ninguém se incomodasse com aquilo. A correria é egoísta e não se importa com o próximo.
Dez minutos se passaram. O termômetro passou a marcar 22º C. Ciclistas passavam aos montes, e carros então... nem se fala. Mas dois fatos chamaram a atenção. O primeiro, um carro daqueles pequenos, esses compactos mesmo que estão em todos os lugares hoje em dia, numa cor bem exótica: laranja metálico. É um pouco difícil encontrar carros nessa cor, já que a maioria são pratas, pretos, brancos, cinzas, e os mais ousados são vermelhos ou amarelos. De vez em quando ainda aparece um verde ou azul – geralmente escuro. Mas laranja metálico? É realmente muito bonito. O segundo, a quantidade de táxis às 10h. Não fazia ideia de quantos desses veículos circulavam naquela região e naquele horário. Lembrando que na época não existiam ainda nem UBERs nem táxis pretos.
Eu sequer se perceberia tais excentricidades nessa tão
grande cidade, se não se tivesse que parar a minha própria correria – por uma
causa didática, pois foi para uma aula de jornalismo – e largar o medo da rua -
aquela velha e básica insegurança que todos sentem numa cidade grande - e
observar o que eu não conhecia bem.
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