Olá, pessoal! Tudo bem com vocês?

Declaro aberta a temporada de tags literárias aqui no Hospedaria de Palavras! A partir de agora, vou tentar trazer uma tag literária por mês por aqui. Espero que gostem!

Vou começar por essa tag que eu vi no blog Tamaravilhosamente, que viu no blog Estante da Pipoca, e eu prometi que ia fazer (já que a Tamara disse que seria minha cara 😂).

Antes de mais nada, quero só aclarar aqui que estou levando em conta apenas meus livros físicos neste post, os e-books no Kindle e no Skeelo não vou colocar aqui porque vocês se assustariam com a quantidade (já vão se assustar com a quantidade de livros físicos kkkkkkk - ou não...)

Então vamos lá!

1. Qual a lombada mais chamativa do seu acervo de livros?

Com certeza Lady Killers. Ouso dizer que é o livro da capa mais bonita que eu tenho também.

2. Quantos livros seu acervo possui?

137 livros dos que eu contei. Mais 2 que estão emprestados e eu nunca mais vi. 😢

3. Conte os livros em ordem até o 15. Qual é o livro? Fale um pouquinho sobre ele.

Na ordem que eu arrumei meus livros recentemente, o 15º é o Anne de Avonlea. Ele dispensa apresentações, né? Fiz uma resenha completa aqui no blog, além de uma resenha geral dos 6 primeiros livros da série em vídeo no YouTube. 😉

4. Conte os livros em ordem até o 20. Qual é o livro? Fale um pouquinho sobre ele.

Já o 20º é um livro que da primeira vez que eu li, eu não consegui me prender à história e acabei abandonando, mas quando dei uma segunda chance, me surpreendeu muito positivamente. É O Grande Gatsby, que também tem resenha aqui no blog.

5. Escolha um livro com a lombada branca e fale um pouco sobre ele.

Nem tenho palavras pra falar dessa maravilha da literatura que é O Diário de Anne Frank. Aliás, tenho sim. Tanto que fiz duas resenhas dele, uma foi a primeira resenha que eu fiz aqui no blog, e outra foi a resenha dessa edição da foto.

6. Como você costuma organizar seus livros?

E você que é bookstan, mostra também seu acervo! Deixa aqui embaixo nos comentários o link do post ou do vídeo pra que eu possa ver 😉💖

 

Numa obra que traz de volta a magia da infância, Lucy Maud Montgomery conta a vida das crianças de Ingleside, os filhos de Anne e Gilbert, e de seus amigos: os filhos do ministro da igreja e Mary Vance, uma menina órfã que foi acolhida pela Srta. Cornélia (Sra. Elliot). Aqui, os adultos são personagens secundários. Jem, Walter, Shirley, Nan, Di e Rilla (que nasce neste livro) são os personagens principais. As crianças da casa ministerial também são importantes nesse livro, pois as aventuras por muitas vezes gira em torno deles.

Em meio a travessuras inocentes, as crianças de Ingleside e da Casa Ministerial brincam felizes no Vale do Arco-Íris, um lugar muito especial para eles, por ser justamente no caminho entre as duas casas. Ali, Jem vive suas últimas aventuras de menino antes de ir estudar na Queen’s, Walter sonha e produz seus poemas - e inclusive avista o “flautista”, que será explicado no livro seguinte -, Nan e Di fazem amizade com Una e Faith Meredith, e conhecem Mary Vance. É ali também que eles tinham o costume de assar as trutas que os meninos pescavam para comerem juntos.

É um livro que resgata a inocência das crianças, que mostra que apesar das más línguas de um povoado fofoqueiro, elas são puras e de bom coração, e que muitas vezes elas erram tentando acertar (como nós adultos também fazemos). Nos faz refletir que por muitas vezes o óbvio para nós não é óbvio para as crianças. Que devemos ter paciência com elas, já que ainda estão aprendendo a viver. Que devemos relembrar nossa própria infância antes de falar mal de uma criança - como Anne fez diversas vezes.

Os personagens adultos, apesar de secundários aqui, também são muito importantes. Anne e Gilbert já não aparecem tanto, mas os conflitos amorosos entre as irmãs West e seus pretendentes - um deles é o próprio ministro da igreja, inclusive-, é um prato cheio para quem curte um romance. E claro, tem MUITA fofoca, já que quando a Srta Cornélia (Sra Elliot), Susan e Anne se juntam, é tudo o que mais rola. Até postei lá no Twitter e no Instagram o quanto a Lucy é fissurada em fofoca!

 

Título: Assassinos de Anúbis

Autor: Everton Gullar

Gênero: Ficção

Nacionalidade: Brasileira

Editora/Edição: Publicação independente / 3ª edição 

ISBN: 9786500043198

Nota: 9/10

Assassinos de Anúbis é o primeiro livro da trilogia Capital, e conta a história de Safir, que descobre ter câncer nos pulmões, e que apenas lhe restam 90 dias de vida. Ele decide que não quer seguir o tratamento, mas Juliana, sua ex-esposa, ressurge para salvá-lo. Contudo, ainda desejando morrer, ele procura por Lauro, o médico responsável pelo Hospital de Transplantes do Estado, para cometer suicídio e doar seus órgãos. Porém, ele é surpreendido pelo médico, que o convida para entrar para os Assassinos de Anúbis.

A partir de então, ele passa a se chamar Tomate-Cereja, e com seus companheiros, passa a perseguir políticos corruptos, lutando por um país mais justo.

O livro é simplesmente genial. As relações com a realidade são muito perceptíveis, como os nomes de alguns políticos que foram trocados, mas que são semelhantes aos reais. Um universo construído para que possamos saciar uma sede de justiça que não conseguimos na vida real.

A história de cada membro dos Assassinos de Anúbis também é muito humana e tocante. Braço, Terceiro, Fêmur, além de Natalino e Césio, são pessoas que tiveram seus motivos para estarem ali. Cada um era grato a Lauro por alguma coisa, seja por ter recuperado a saúde de um filho, por ter tido a oportunidade de salvar a vida do grande amor da sua vida, por ter ganhado um braço novo, uma perna nova, sair das drogas e da criminalidade. E claro, por ajudar a fazer um país mais justo e com menos políticos corruptos.

Adorei a escrita, ela foi muito fluida e gostosa de ler, principalmente por ser em primeira pessoa. Nos dá a sensação de que estamos conversando com os personagens. As referências egípcias também são enriquecedoras e a leitura é muito agradável, cheia de ação e de emoções, que dá vontade de ver transformado num filme. 

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Em mais uma obra épica, Laurentino Gomes relata a história do período da Escravidão com todos os detalhes possíveis. É um daqueles livros densos de conteúdo, que a gente tem que parar para prestar atenção, mas com a escrita extremamente fácil de se compreender e a forma eficaz de se comunicar que Laurentino tem.

Neste primeiro livro da trilogia, passeamos pela História da Escravidão, desde a compreensão do termo e de como ele surgiu, com os eslavos, passando pela explicação de que não apenas povos negros foram explorados, mas toda a História da Humanidade possui escravidão em seu rastro, visitando os costumes dos povos africanos de escravizar prisioneiros de guerras contra tribos inimigas, o envolvimento dos europeus (principalmente os portugueses) e os pactos que os governantes africanos tinham com os brancos para fornecer mão de obra cativa, até a vida de Zumbi dos Palmares (ou o que se conseguiu apurar dela).

É um conteúdo extremamente rico, que nos ajuda a ter um olhar mais crítico em relação ao racismo que está impregnado na sociedade, herança maldita desse período obscuro, e às relações escravistas em si.

Um dos trechos que mais me marcou foi o que Laurentino cita que naquela época, apesar de existirem leis que na teoria protegiam a vida e a dignidade do escravo, na prática elas não valiam de nada, e que o que realmente valia era o poder e o dinheiro que o dono de escravos tinha, e que o fazia sair ileso de punições por exceder o nível de crueldade ao castigar seu escravo.

 

 

Título: Anne e a Casa dos Sonhos

Autor: Lucy Maud Montgomery

Gênero: Romance

Nacionalidade: Canadense

Título original: Anne’s House of Dream

Tradução: Rafael Bonaldi

Editora: Ciranda Cultural

ISBN: 9876555001983

Nota: 10/10

*Aviso: contém spoilers

Não tenho nem palavras para descrever como me senti ao terminar Anne e a Casa dos Sonhos. O quentinho no coração deu lugar a um misto de sentimentos, todos os que Anne experimentou nesse livro. Isso faz com que seja um dos meus livros preferidos da saga.

Aqui, Anne se casa com Gilbert e vai viver numa casinha em Four Winds, com vista para o mar. Ali, ela viveu seu primeiro ano de casada com todas as alegrias e tristezas, fez amigos, viveu intensamente e se apegou à sua Casa dos Sonhos.

Os momentos que eu mais senti tristeza foram, com certeza, a morte da pequena Joy e do Capitão Jim. Posso dizer que quase chorei com eles. Meu coração ficou apertado. Parecia que era eu quem estava vivendo aquilo. Nesse ponto, tenho que enaltecer a autora, que fez um excelente trabalho.

Uma curiosidade é que ambas as gravidezes da Anne ficaram um tanto quanto veladas, um mistério durante o livro. Não entendi o motivo, mas de qualquer forma, enquanto lia, eu desconfiava da situação, e ficava esperando que a revelação finalmente acontecesse.

Li algumas críticas com relação a não ter o ponto de vista do Gilbert no livro. Porém, como em Windy Poplars, entendi que os livros são sobre a vida da Anne, e Gilbert, apesar de ser um dos personagens principais, não é Anne. Ou seja, ainda que ele apareça com grande força, a história é dela. Ela é quem faz as amizades, ela é quem engravida, ela é quem sente a dor do luto e vai aprendendo a conviver com ela.

Outro ponto que quero comentar é sobre Leslie Moore. A história dela é muito sofrida, mas linda. Fiquei muito contente com o final feliz que ela teve. E como a amizade dela com a Anne foi se fortalecendo aos poucos e se tornando única e especial. E como sempre é dito em toda a saga: não há ninguém que odeie a Anne.

O Capitão Jim também merece destaque nesta resenha. Ele, com suas histórias de marinheiro, seu bom humor, suas experiências, foi um personagem admirável. Das “pessoas que conhecem José”, ele foi o maior. E o fato de ter visto seu maior sonho se concretizar antes de falecer, fez com que sua história fosse extraordinária.

No fim, Anne, Gilbert e o pequeno Jim têm que se mudar da Casa dos Sonhos, e Anne não consegue se desapegar de seu ninho. O que não vimos acontecer com relação aos outros lugares onde ela morou: Green Gables, Avonlea, a Casa da Patty e Windy Poplars. Em todos eles, ela soube lidar muito bem com os ciclos que se encerravam. Porém, aqui, vejo uma Anne abalada emocionalmente, possivelmente por causa de todas as emoções fortes que ela viveu ali. Será que ela conseguirá virar essa página? Só saberemos em “Anne de Ingleside”.

Leia também as resenhas dos outros livros da série da Anne:

Resenha #44 | Anne de Green Gables

Resenha #46 | Anne de Avonlea

Resenha #47 | Anne da Ilha

Resenha #48 | Anne de Windy Poplars

 

Foto com participação especial da Ravena, minha gatinha ♥

Título: Anne de Windy Poplars

Autor: Lucy Maud Montgomery

Gênero: Romance

Nacionalidade: Canadense

Título original: Anne of Windy Poplars

Tradução: Rafael Bonaldi

Editora: Ciranda Cultural

ISBN: 9786555001471

Nota: 10/10

*Aviso: contém spoilers (para quem ainda não leu esse livro da saga)

E vamos para o quarto livro da saga da nossa querida Anne Shirley. Neste livro, ela está em Summerside, e passará três anos trabalhando como diretora da escola da região, enquanto Gilbert termina seus estudos. Anne conta por meio de cartas a Gilbert sobre suas experiências na cidade, sobre a casa onde ficou hospedada (que se chama Windy Poplars), na chamada Rua do Fantasma, e sobre as pessoas que conheceu ali.

No começo de sua estadia, ela sofreu bastante com os ataques da família mais poderosa da cidade: os Pringle. Eles não a aceitavam pelo simples motivo de que um dos membros da família havia se candidatado ao cargo de diretor da escola, mas Anne foi quem o havia ocupado. Contudo, graças a uma descoberta um tanto macabra, ela acabou resolvendo a situação, e fazendo as pazes com eles.

Anne também lutou para fazer amizade com sua colega de trabalho, a professora Katherine Brooke, que era extremamente antipática. Mas conseguiu, e a conversa que as duas tiveram sobre seus passados foi um dos momentos mais tocantes deste livro.

Além disso, nossa protagonista também se envolveu em várias situações: fez uma amizade com uma garota mais nova e acabou se intrometendo em sua vida amorosa, o que não deu muito certo… Também ajudou um casal a se casar, mesmo com a proibição do pai da moça, trouxe alegria para uma pequena garota de nove anos que vivia sem receber o amor de sua avó, entre outras aventuras muito engraçadas.

No fim, Anne se despediu de todas as suas amizades de Summerside, deixando lágrimas nos olhos deles, já que se tornou uma figura muito querida na cidade. Como sempre, com seu jeitinho, ela conquistou o carinho das pessoas ao seu redor.

Achei muito interessante a forma da autora de mudar um pouco a perspectiva, e mostrar os acontecimentos sob a ótica da Anne, por meio das cartas que ela escreveu para Gilbert. Gostaria que a autora tivesse colocado os trechos cortados das cartas, que provavelmente eram declarações de amor, mas pelo visto o objetivo da autora era focar mais na convivência da personagem com os moradores de Summerside. Também gostaria de ter lido as cartas que Gilbert enviava para ela. Seria ótimo saber como ele estava, o que ele viveu também durante esses três anos. 

Contudo, foi uma ótima experiência. Ver como Anne amadureceu com as adversidades que viveu, assim como a sua convivência com as donas da casa onde ficou hospedada e com alguns outros personagens, tornou a leitura muito gostosa. 

 

Título: Anne da Ilha
Autor: Lucy Maud Montgomery
Gênero: Romance
Nacionalidade: Canadense
Título original: Anne of the island
Tradução: Max Welcman
Editora: Ciranda Cultural
ISBN: 9788538093343
Nota: 10/10

*Aviso: contém spoilers (para quem ainda não leu)

Continuando a saga da nossa querida Anne Shirley, posso afirmar que sigo apaixonada por sua história. Esse livro, especialmente, me deixou com raiva dela, apreensiva, triste, me fez dar boas risadas de algumas situações, mas no final, meu coração ficou quentinho outra vez.

Agora, nossa protagonista está na faculdade. Em meio aos estudos, ela faz novas amizades, uma delas com a linda, rica e inconsequente Philippa Gordon, que era muito alegre e divertida, tinha dois pretendentes e não sabia com qual se casar. Ela e seu grupo de amigas conseguiram morar juntas, alugando uma casinha muito linda e aconchegante chamada “Casa da Patty”. Ali, viveram momentos deliciosos e desfrutaram de uma convivência leve e feliz.

Diana casou, Anne recusou mais pretendentes (incluindo o próprio Gilbert, o que me fez ficar com raiva dela por um breve momento), Phil conheceu o amor da vida dela (que não era nenhum dos dois pretendentes que tinha). Um gato adotou a Anne (o que me fez ficar muito feliz, já que tenho uma gatinha), entre diversas outras aventuras deliciosas de ler.

É muito bom ver como Anne tem se desenvolvido e amadurecido. Como ela aprende com os erros (lê-se dispensar o Gilbert), e como ela vive de maneira leve e alegre cada fase de sua vida, sem pressa para passar para a próxima. Ah, e também toda a nostalgia dela, com relação aos bons tempos da infância e da adolescência, que fez com que eu me identificasse muito com ela.

Toda essa leveza faz com que a história traga uma sensação de bem estar e de tranquilidade, e nos tire da realidade por um momento para viver os sonhos e os momentos de Anne. Mal posso esperar para conhecer e contar tudo sobre o próximo livro, Anne de Windy Poplars.

 

Título: Anne de Avonlea

Autor: Lucy Maud Montgomery

Gênero: Romance

Nacionalidade: Canadense

Título original: Anne of Avonlea

Tradução: Rafael Bonaldi

Editora: Ciranda Cultural

ISBN: 9788538092544

Nota: 10/10

*AVISO: CONTÉM SPOILERS*

Anne de Avonlea é a sequência do livro Anne de Green Gables, em que a protagonista Anne Shirley vive suas aventuras de adolescente. Os dois anos que se passam nesse livro são cheios de coisas maravilhosas, aprendizados e descobertas.

Anne, neste livro, conhece o senhor Harrison, dá aulas na escola de Avonlea, vive diversas confusões, luta pela melhoria de sua terra junto com seus colegas, os Melhoradores, ajuda a criar os gêmeos Davy e Dora, que são parentes distantes de Marilla, e faz amizade com duas almas gêmeas: o pequeno Paul Irving e a senhorita Lavendar, que era a ex namorada do pai de Paul. Os três são perfeitamente parecidos em se tratando de imaginação, e por isso se dão tão bem. Além disso, Diana encontra o amor, e Anne… bom, percebe que gosta do Gilbert.

É um livro extremamente encantador, assim como o primeiro. As paisagens lindas de Avonlea, as lições que Anne aprendeu, o quanto ela amadureceu dando aulas e cuidando dos gêmeos, tudo contribuiu para um livro excepcional e em nada inferior ao primeiro. Aliás, por ser uma linha do tempo, vejo que a autora conseguiu ser muito coerente com o andamento da história.

Mais uma vez, senti o coração quentinho, pelas experiências de Anne, pelos romances que aconteceram, e pelo amadurecimento que ela experimentou em dois anos. Além disso, é uma leitura tão leve que simplesmente devorei o livro em 20 dias.

Continuo ansiosa para conhecer o resto da história e viver as próximas emoções da vida de Anne. ♥

 

Foto da capa do livro no app Skeelo

Título: 1889

Autor: Laurentino Gomes

Gênero: Livro reportagem, História do Brasil

Nacionalidade: Brasileira

Editora: Globo Livros

Formato: E-book (Skoob)

ISBN: 9788525055156

Nota: 10/10

Neste terceiro livro da trilogia, Laurentino Gomes nos conta uma história pouco explorada pelas escolas e pelos livros didáticos: a Proclamação da República, que é comemorada no dia 15 de novembro. Como ele mesmo disse na introdução, diferentemente do Dia da Independência e de datas regionais como o Dois de Julho na Bahia, 13 de Março no Piauí ou Nove de Julho em São Paulo, essa data histórica parece passar em branco. E isso muito se deve à forma como a nossa república foi declarada: por meio de um golpe militar.

A verdade é que a própria Monarquia brasileira já não andava bem das pernas. Dom Pedro II já estava velho e cansado. Os poderosos não concordavam com um terceiro reinado sendo feito por uma mulher, a Princesa Isabel. Uma sucessão de decisões erradas nos momentos errados fizeram com que o Imperador perdesse seu trono e fosse expulso de sua própria pátria. Além disso, a República não tinha adesão popular. Eram poucas as pessoas civis que apoiavam a revolução: os grandes fazendeiros ressentidos pela recente Lei Áurea, alguns advogados e alunos de universidades, e os militares. O povo, mesmo, nem sequer entendeu nada do que estava acontecendo naquele fatídico dia. Não é à toa que não houve festa, não houve alegria. Parecia apenas um dia comum. E hoje mal é lembrado.

Coincidentemente, meu esposo faz aniversário nessa data, e um dos principais personagens desse episódio histórico deu nome ao bairro onde ele viveu boa parte da infância, a Baixada do Glicério. 

É uma leitura extremamente rica, em que conhecemos detalhes de um momento tão importante da nossa história e que praticamente não sabemos nada. Além disso, é uma excelente fonte de estudos, para inclusive entendermos como foi construída a nossa República, e como a nossa política funciona hoje bebe muito de suas origens. É uma visão muito mais ampla não só do cenário político e econômico da época, mas como isso influencia nosso país até os dias de hoje.

 

 

O livro está disponível para leitura no app Skoob

Título: Minha história

Autor: Michelle Obama

Gênero: Biografia

Nacionalidade: Norte-americana

Título original: Becoming

Tradução: Débora Landsberg, Denise Bottmann e Renato Marques

Editora: Companhia das Letras

ISBN: 9788547000646

Nota: 10/10

A biografia da ex-primeira dama americana Michelle Obama é simplesmente incrível e inspiradora, além de trazer uma representatividade enorme por ser uma mulher negra e ter tido uma origem humilde, tornando-se uma personalidade icônica mundialmente.

Michelle Obama viveu no South Side, em Chicago, num apartamento pequeno, junto com seus pais e seu irmão mais velho. Seu pai tinha esclerose múltipla, mas mesmo com a doença, era um exemplo de homem trabalhador. Sua mãe era dona de casa. Na biografia, ela conta que sim, teve algumas oportunidades que muitas crianças negras não tiveram: a possibilidade de estudar em uma das melhores escolas da região, ter tido a proteção do irmão em vários momentos da infância na escola, ter uma mãe que brigou para que ela saísse da turma de uma professora sem didática, para que ela pudesse se desenvolver intelectualmente. Seus pais sempre a apoiaram, desde a ir estudar numa escola de alto padrão no Ensino Médio, a bancar uma viagem para a Europa, para que ela pudesse ter mais oportunidades de melhorar de vida. Mas isso não apaga o esforço que ela fez para subir cada degrau.

Michelle Obama conta também sobre suas aventuras de adolescente, suas amizades e namoros. Relatou o quanto se esforçou para entrar na Universidade de Princeton, onde seu irmão também estudava graças a uma bolsa para jogadores de basquete. Como percebeu que a universidade era um lugar majoritariamente branco e masculino. E como trabalhou para tentar mudar essa realidade. Depois, como por impulso decidiu fazer Direito em Harvard, e trabalhou durante anos num escritório de advocacia, onde conheceu Barack. Contou como se apaixonou por ele, e quando foi pedida em casamento. Contou sobre a triste morte de seu pai, e também sobre seu casamento. Sobre seu sonho de ser mãe, sobre suas gravidezes, sobre o malabarismo que fez para ser uma mãe presente e uma excelente profissional. Sobre o início da carreira política de seu esposo, a candidatura à presidência e os oito anos de mandato. Sobre como era viver na Casa Branca, e tudo o que pôde fazer para ajudar as crianças dos EUA a terem uma alimentação mais saudável e acesso à educação. Inspirou meninas a não desistirem dos estudos, não apenas dentro de seu país, mas no mundo todo.

A história de Michelle Obama é linda, cheia de lutas e de coisas simples. Isso é o que me fez gostar tanto do livro. Ela se mostra ali como uma pessoa acessível e acolhedora, que tem sonhos e medos, que é igual a nós, e nos mostra que podemos chegar onde quisermos, porque ela chegou. Mostra também o quanto a educação mudou a vida dela, e que essa é a ferramenta mais poderosa na vida de uma pessoa, no desenvolvimento de uma nação, e no desenvolvimento mundial. Ela, que dizia não gostar de política, fez muito mais do que muitos políticos. E demonstrou com sua história de vida que sim, nós podemos.

 

Título: 1822

Autor: Laurentino Gomes

Gênero: Livro reportagem, História do Brasil

Nacionalidade: Brasileira

Editora: Globo Livros

Nota: 10/10

 

 

Confesso que, da primeira vez que tentei ler O Grande Gatsby, a leitura não me prendeu, e acabei abandonando a leitura. Talvez não fosse o momento certo para apreciar essa grande obra de Fitzgerald.

Jay Gatsby era, para muitos, um homem milionário, dono de uma imensa mansão e o anfitrião das noitadas em West Egg, Nova York. Mas ninguém sabia ao certo sua história: de onde surgiu, o que fazia da vida, como se tornou tão rico, etc. Especulações existiam em toda a parte, mas ninguém sabia realmente quem era Gatsby de verdade. Nem sequer ele mesmo.

Apaixonado por Daisy Buchanan desde a época em que eram namorados, antes dele partir para a guerra, Gatsby alimenta a ilusão de um dia poder tê-la novamente em seus braços, e nos cinco anos que passou longe de sua amada, lutou e fez de tudo para que, quando o tão esperado encontro acontecesse, ela se surpreendesse com tudo o que ele tinha.

Daisy, casada com Tom, permitiu-se viver esse breve romance. Ela sabia que seu esposo também vivia uma relação extraconjugal. Contudo, os rumos da história começaram a se tornar violentos e sombrios.

O Grande Gatsby é uma crítica à sociedade abastada da década de 1920, em que as pessoas não se importavam com as consequências de seus próprios atos, usavam umas às outras e não sentiam nenhum remorso, nem sabiam o verdadeiro significado de amizade. Mas, olhando com a perspectiva dos dias de hoje, também é uma crítica à idolatria e à obsessão que algumas pessoas criam em cima de outras. Gatsby colocou Daisy em um pedestal, imaginava-a imaculada, dona e senhora do seu amor e da sua felicidade, ao ponto de aceitar tudo em nome daquela fantasia. E isso causou sua ruína.

Enfim, essa obra conta uma história triste, conturbada e emocionante. Cheia de intrigas, adultérios, luxo, glamour e caos. É, definitivamente, uma leitura que enriquece, dá lições de vida e que nos faz refletir sobre coisas que são aparentemente banais, mas que mostram verdadeiramente nosso caráter.

 

Título: Dia de São Nunca à tarde

Autor: Roberto Drummond

Gênero: Ficção, Novela

Nacionalidade: Brasileira

Editora: Geração Editorial

Nota: 9/10