Já era noite e Ana Julia ainda estava ali. Lágrimas nos olhos, Adele no MP3 Player do celular. Sentada no alto de uma passarela, balançando as pernas, lembrando-se de Pietro, da briga, do fim.

Conseguia se lembrar de cada detalhe daquelas palavras tão doídas, o tom de voz pesado dele dizendo que já não a amava. Logo ele, para quem ela deu toda a sua vida... Ana Julia tinha aberto mão de seus sonhos, sua personalidade, sua alegria, sua vida, para se jogar nos braços de Pietro... para viver o sonho (ou delírio) de um "grande amor"...

Ela se perguntava no que errou para perdê-lo assim, tão seco, tão sem uma grande motivação... tão sem sentimentos da parte dele. Naquele momento, a música que tocava em seus fones de ouvido acabou e outra passou a tocar, "Il Divo - Regresa a mi". A partir daí, Ana começou a relembrar aqueles momentos tão lindos e especiais que viveu com Pietro. A declaração de amor, o primeiro beijo, os passeios de mãos dadas, as noites de amor, a plenitude de seus sonhos (ou delírios).

Enquanto isso, uma multidão de curiosos cercava a passarela e se indagava dos motivos pelos quais uma jovem tão bela se encontrava à beira de se jogar daquela altura.

Pietro, então, chegou e gritou por ela. "Não faça essa loucura, meu amor!", dizia. Meu amor. Ele a amava. "Vem comigo", ele dizia, e ela foi. Fechou os olhos para o beijar, e nunca mais os abriu.

A não ser que você não assista TV, não ouça rádio, não tenha rede social nenhuma nem mesmo internet (o que acho muito difícil), você provavelmente está sabendo do Desafio do Gelo (ou do balde, do banho gelado, etc), que tem por objetivo a divulgação para doações para uma associação de combate à Esclerose Lateral Amiotrófica. A "brincadeira" está dominando o mundo dos famosos, até onde vi, nos EUA, no México e aqui no Brasil. (se tiver outros países me avisem por favor)

Um fato curioso é que uma das famosas que aceitaram o desafio, Lorena Simpson, não tomou o banho gelado, mas doou para a fundação. Só que o que mais chamou a minha atenção foi o vídeo do humorista e atual apresentador do talkshow Agora é Tarde, Rafinha Bastos. Nele, Rafinha faz uma espécie de piada misturada com protesto e que me deixou muito intrigada (não comi trigo hoje).

Minha humilde opinião de pessoa que não entende muito do mundo é que Rafinha Bastos foi simplesmente GENIAL. Fez uma piada/crítica inteligente com algo que está muito em alta, uma punhalada certeira nas campanhas eleitorais dos atuais governantes que eu DUVIDO que aceitem o desafio não só de jogar um balde de água gelada na cabeça, mas de melhorar as condições de vida na cidade e no Estado de São Paulo e principalmente no Brasil.

Obs.: como eu estou colocando fé nestas futuras eleições hein... -sarcasmo

(POSTAGEM EDITADA EM 03/03/2019)

Originalmente, tínhamos o vídeo do Rafinha Bastos aqui, porém ele foi excluído do YouTube.

Ah! Como Alejandra era liberal quando o assunto era as coisas do coração... Na verdade, sequer acreditava no verdadeiro amor. Sabia que era bonita e tirava proveito disso. Os homens a queriam, ela se divertia com eles e depois dava um jeito de se livrar de cada um.

Inclusive, orgulhava-se de um caso que tivera com dois rapazes; um triângulo "amoroso". Isso mesmo, com aspas e tudo. Foi em uma viagem que fizera em família à uma cidade do interior.

Carlos e Hector eram grandes amigos, eram como irmãos; e se apaixonaram por Alejandra. Ela recebeu quase todo tipo de declaração de amor deles e decidiu que não precisava escolher. Propôs que os dois ficassem com ela, ou nenhum a teria. Eles aceitaram dividi-la.

Passaram-se algumas semanas, e o dia da despedida chegou. Hector dedicou uma música à sua amada na emissora de rádio da cidade. Carlos deu-lhe um colar que tinha guardado para a ocasião. Eles já não se entendiam, brigavam sem parar e se odiavam por causa de uma mulher que, no fim, não ficou com nenhum dos dois.

Alejandra voltou para sua casa e, ao ligar o aparelho de som, ouviu aquela música que Hector lhe dedicou. Desligou na hora. Não suportava ouvi-la.

Quando fui colorir este desenho, fiquei com uma sensação de tamanha estranheza que nem acreditei que fui eu quem o fiz. Aliás, ainda não acredito.