Solidão
Assisto ao longe pessoas que me deixaram estacionadas num canto qualquer e foram se divertir com carros novos. Vejo de camarote que estou perdendo espaço na vida daqueles que tanto amo e me pergunto: "O que há de errado comigo?"
Acho que não sou divertida o suficiente, nem bonita, não chamo a atenção num grupo de pessoas, não sei ser popular, sou um tanto dramática, sei que nada parece me servir para mantê-los perto de mim.
Sinto que tenho tantos defeitos que ninguém me suporta. Drama, choro, feridas de uma alma abandonada desde sempre por quem mais me importei. Que importa? Ninguém liga para minhas dores passadas, pelo contrário: causam novas e mais intensas. Elas entram em minha vida, fazem com que eu acredite que ficarão para sempre, mas com o tempo se distanciam, percebem que existem pessoas mais interessantes do que eu e passam a viver mais felizes longe de mim. Devo ser um grande estorvo.
(...)
A cada dia que passa tenho mais certeza de que meu destino é a solidão, sentada na minha cama e escrevendo meus devaneios por ter apenas a folha de papel para compartilhá-los.