Resenha #27 | Orgulho e Preconceito

Orgulho e Preconceito com toda a certeza é a obra literária mais famosa da autora Jane Austen. Ela conta a história de Elizabeth Bennet, uma jovem senhorita do século XVIII que possui uma visão de mundo diferente da maior parte da sociedade britânica da época e não tinha medo de se exprimir. Forte, inteligente, determinada e audaciosa, recusou-se a casar com seu primo, que seria herdeiro da casa onde viviam, por determinação de uma lei da época, já que seu pai tivera cinco filhas, mas nenhum filho, ainda mais sendo o casamento o principal objetivo de vida de qualquer jovem e tendo a oportunidade de manter-se vivendo na mesma casa em que crescera.

Ela era amiga e confidente de sua irmã mais velha, Jane, a mais bela e de modos mais agradáveis de toda a família. Jane se apaixona por Charles Bingley, um jovem, belo e rico rapaz que acabara de se tornar um de seus vizinhos junto de sua irmã. Em um dos encontros da sociedade local, Elizabeth conhece Mr. Darcy, amigo de Bingley, e, a partir de sua primeira impressão dele, passa a tê-lo como um ser desprezível. A opinião distorcida foi alimentada por um dos oficiais que estavam hospedados em Meryton, Mr. Wickham, que contou-lhe uma parte de sua vida que envolvia Darcy, claro, também de forma distorcida, causando-lhe ainda maior antipatia.

De uma hora para outra, Bingley, Darcy e todos os que os acompanhavam partiram em retirada para Londres, deixando o pobre coração de Jane despedaçado. Entre viagens e visitas ao primo, que se casou com uma de suas melhores amigas, e a região onde sua tia Mrs Gardner, Elizabeth encontrou-se diversas vezes com Darcy, que em certo momento declarou-lhe o seu amor e, graças à antipatia dela, fora rejeitado. Contudo, todas as acusações que ela lhe fizera foram esclarecidas em forma de carta, o que fez com que Elizabeth repensasse suas atitudes e seus próprios preconceitos.

O livro traz uma crítica à sociedade aristocrata inglesa, aos costumes e às regras sociais, como por exemplo o casamento - que por muitas vezes acontecia mais por conveniência que por amor, apesar de que não apenas de amor um matrimônio sobrevive, mas de toda uma análise de caráter e de compatibilidade de personalidades. Ele também critica a própria “primeira impressão”, mostrando que não é ela a que fica, e que é preciso buscar conhecer as pessoas antes de querer formar qualquer preconceito sobre ela.

Das impressões que tive do livro, posso destacar duas. A primeira delas, é que a história tem um início um tanto preguiçoso e pouco atrativo, o que faz com que demoremos a entrar de cabeça nela e nos apaixonarmos pelos detalhes das personalidades de cada personagem. O romance entre Bingley e Jane não eram o suficiente para prender a atenção, graças ao foco dado demasiado para a Mrs Bennet (mãe de Elizabeth e Jane), uma pessoa frívola e sem modos, de gênio difícil, irritante e irritável, além de temperamental ao extremo, tornando a leitura um tanto massacrante quanto às cenas com ela. Senti diversas vezes que abandonaria a leitura, já que não estava atraída a dar continuidade. A segunda, é que apenas próximo ao seu final é que as coisas interessantes realmente começam a acontecer, como a declaração de amor de Darcy - que demorou a acontecer, o casamento de Lydia (irmã mais nova de Elizabeth e Jane), o regresso de Bingley e Darcy para Meryton e, finalmente, os casamentos mais esperados.

Outro ponto que não posso deixar de citar, que atrapalha muito o fluxo de leitura, são os erros de digitação e de concordância no decorrer de todo o livro. Alguns trechos ficaram confusos, talvez por ser uma versão resumida da história, mas que deveria ter tido maior atenção.



Em suma, o livro possui a sua profundidade; porém, sua história só flui mesmo quando se aproxima do final. Porém, quem sabe eu não possa tentar lê-lo de novo numa próxima oportunidade, e vê-lo com outra perspectiva, não é?