Racismo, Inclusão Social e Outras Realidades (redação de Filosofia)

Para início de conversa, vamos aos dados:

  • No Brasil, houve escravidão na maior parte da colonização;
  • O sentimento de humilhação provém da ideologia europeia de que brancos são superiores;
  • Negros têm maior taxa de analfabetismo e mortalidade infantil, e menor expectativa de vida.
(dados retirados do Caderno do Aluno de Filosofia nº 3, 2012.)

 Bom, sabemos que o Brasil é uma mistura de etnias, e que se houver alguma família pertencente a apenas uma, é quase certo que seja recém chegada de seu país de origem.
Então, por que ainda existe racismo aqui no Brasil? Simples: a ideologia europeia dos séculos XIV ao XIX ainda sobrevive em nossa sociedade.
"- Mas como assim? Não há mais escravidão, nosso país não é racista."
Parabéns. Se você pensa assim, significa que você dorme nas aulas de história (ou em todas, não sei...). A abolição foi um ato de total desprezo dos europeus para com os afrodescendentes. Eles foram libertos sem auxílio nenhum do governo, da metrópole, o que causou essa grande diferença entre negros e brancos. Nossa história condenou-os a níveis abaixo dos brancos.
O filme "Quanto vale ou é por quilo?" deixa totalmente explícito tudo o que apresentei até o momento. Negros são minoria em cargos maiores dentro de empresas, são cogitados para o marketing de entidades que arrecadam donativos para serviços sociais (as chamadas "boas ações de solidariedade"), são marginalizados e muitas vezes considerados fora-da-lei, mesmo sem serem.
O problema está aí, explícito em nossas faces, e não enxergamos. O potencial do negro é menosprezado pela sociedade. E o mais incrível de tudo para aqueles que se acham superiores porque são brancos: os negros são seres humanos como quaisquer outros; portanto, têm o mesmo potencial que os brancos, asiáticos, índios, árabes, etc.
Sim, caro leitor. Achamos a raiz do problema. Mas e agora? Como resolver tudo isso?
Primeiro: não há como mudar nosso passado. Não há como voltar no tempo e impedir que os portugueses de trazerem os africanos como escravos para o Brasil. Mas é a partir da mudança de mentalidade de toda a sociedade, pobres e ricos, negros e brancos. Afinal de contas, não existe "raça superior", somos todos seres humanos, temos a mesma capacidade, sentimentos, órgãos, sangue correndo nas veias.
Mudar o pensamento, suas ideologias, vai de cada indivíduo. Portanto, pode-se concluir que tal problema não será sanado por completo. Tanto que, além do sentimento de escravidão, há as ideias do Apartheid e Nazismo, que têm muitos adeptos.
Sistema de cotas é solução? Creio que não. Este sistema é mas uma prova de que o potencial do negro é subestimado. Neste caso, o que se deve fazer é dar oportunidades igualitárias desde o nascimento, para que o desenvolvimento dos negros seja igual ao dos brancos, para que haja uma concorrência justa em universidades e no mercado de trabalho.
E como se faz isso? Com medidas do governo, investimento em educação, moradia digna, saúde... o que me lembra política e eleições.
Não adianta nada saber a solução e ficar de braços cruzados. A partir dos 16 anos, temos o direito de votar, podemos colocar no poder pessoas que realmente vão lutar por direitos iguais para todos, ou não. Cada um deve fazer sua parte individual para que, em coletivo, possamos mudar nossa realidade.
Mas e quem está no poder? O que fazer com eles? No filme que citei mostra que é muito fácil para eles manipularem a realidade, e enfiarem em nossa cabeça de que ações estão sendo feitas, enquanto não se faz quase nada. Uma solução aparente é justamente usar nossas armas: o voto, o estudo, o pensar e o protesto. Se conseguimos derrubar ditadores, por que não tiramos do poder as pessoas que nós mesmos colocamos? Obviamente, com bom senso, e sem usar da violência, podemos vencer. Temos meios para protesto, e um deles é este: a internet.

Então, chegamos à uma conclusão. A ideologia europeia sobrevive até os dias de hoje, fazendo os negros se sentirem, de certa forma,  inferiores aos brancos. Também sabemos que o potencial e a capacidade dos negros é subestimada, e que suas oportunidades são baixas perto das oportunidades dos brancos. Então, devemos mudar nossa mentalidade para enxergarmos que a cor da pele não nos classifica como inferiores ou superiores, e que desde o início deveríamos ter chances iguais, ao invés de se estabelecer cotas em universidades. O governo deve tomar medidas a favor dessa igualdade social tão almejada, mas nós, como povo, detemos poder de entendimento, voto, e podemos tirar alguém do poder, caso haja insatisfação. Esse é o nosso papel individual e coletivo. Vamos praticar?


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A dona do blog




Andressa Soriano, 28 anos, São Paulo SP - Brasil.
Cristã, casada, formada em Jornalismo. Apaixonada pela Palavra de Deus, por livros, músicas, pela arte de escrever e criar conteúdo, pelo idioma espanhol.
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