Autor: Anne Frank
Gênero: Diário, Biografia, Relatos de Guerra
Nacionalidade: Holandesa
Título original: Het Achterhuis
Tradução: Alves Calado
Editora/Edição: Best Seller, edição Best Bolso, 21ª edição
ISBN: 978-85-7799-000-9
Nota: 10/10
Esta não é a primeira vez que eu li O Diário de Anne Frank. Quando o li pela primeira vez, em 2013, eu tinha 17 anos. De cara me apaixonei pela história e me identifiquei com ela. Minhas primeiras considerações sobre o livro estão nesta postagem de 2013. Hoje, com quase 21 anos, com uma cabeça um pouco mais madura e crítica, e conhecendo a história completa e sem cortes, me faz ser ainda mais fã dessa obra.
Este livro na verdade é o diário de uma menina adolescente chamada
Anne Frank e escrito entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944. Dentre os
relatos sensíveis do que se passa na cabeça de uma menina que está crescendo,
também existem notícias sobre vários momentos da Segunda Guerra Mundial, como o
seu país, a Holanda, estava envolvida na guerra, e como era a vida dentro de um
esconderijo secreto para pessoas judias, que estavam tentando sobreviver ao
maior holocausto antissemita da História.
Escrito de forma muito bem organizada para uma menina entre
13 e 15 anos, Anne relatava o que se passava dentro do seu coração, o que torna
o livro emocionante do início ao fim. Seus conflitos com sua mãe e sua irmã
Margot, o certo distanciamento que toda adolescente sente do pai quando começa
a crescer, suas paixões platônicas, o medo da solidão, a raiva de ter que
conviver, segundo ela, com “pessoas completamente desagradáveis e mesquinhas”,
incluindo os membros da família chamada de “van Daan” no livro, que dividia o
esconderijo com a família Frank, além de um homem solteiro que não tinha
parentes, chamado na obra de “Sr. Dussel”, as dificuldades com comida e
saneamento básico, que eles mal tinham, a fé que não a abandonou e um fenomenal
amadurecimento. Anne também compartilhou o desejo de um dia se tornar
jornalista e escritora, pois o seu diário a ajudou a descobrir esse dom.
O posfácio conta que o “Anexo Secreto” onde viviam foi
descoberto no dia 4 de agosto de 1944. Todos morreram, com exceção de Otto
Frank, pai de Anne, que faleceu três meses antes de completar 16 anos, quase no
fim da guerra. Esta edição lida conta em seu prefácio como o pai de Anne, Otto
Frank, ajudou na divulgação do diário, bem como as suas edições; conta também
que quando ouviu no rádio que, após a guerra, os governos queriam recolher os
diários escritos durante esse período para documentação histórica, Anne ficou
empolgadíssima e passou a rever os relatos desde o início, fazendo anotações
sobre eles. Essa edição, com todos os detalhes do que ela escreveu, foi a
publicada pela BestBolso.
A história é contada de forma cronológica, salvo as
anotações feitas por Anne durante a confecção do diário. A narrativa é cheia de
descrições e detalhes que levam o leitor a visualizar a cena. Anne mostrou todo
o seu conhecimento neste diário, tanto na forma de escrever quanto nos relatos
da quantidade de coisas que ela estudava, o que ajudava a passar o tempo dentro
do esconderijo e não a deixava para trás nos estudos escolares. Não é à toa que
este livro é tão bem criticado e também um dos mais lidos no mundo inteiro.
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