Poema: Peito cheio de esperança
Me arrancaram da África,
Me escravizaram,
Me obrigaram a ficar dia após dia
Enfiado dentro d'água
Para encontrar o ouro do aluvião,
ouro e diamante.
Dia após dia,
Vi meu povo morrer de frio e fome
Com doenças respiratórias,
Vi os portugueses enriquecerem,
dia após dia,
E o meu povo apodrecer.
Vi o meu povo com fome, sem trabalho,
Vi a Inconfidência Mineira,
A chegada dos reis
Vi nascer da capital, o Rio de Janeiro,
Mas continuei a ver meu povo passando fome.
Vi a monarquia brasileira
E o início do café
Meu peito se encheu de esperança.
Agora teríamos trabalho,
Mas qual o quê
Veio a liberdade, a tal da abolição,
Mas continuamos passando fome.
Vi a chegada dos imigrantes,
O fim da monarquia,
Vi as crianças, mulheres bem vestidas
com roupas de seda,
vi surgir o trem,
vi o nascer das indústrias,
enquanto milhares de crianças
e mulheres negras morriam.
Nos deram a liberdade. Por quê?
(Tânia Dias Queiroz)
Me escravizaram,
Me obrigaram a ficar dia após dia
Enfiado dentro d'água
Para encontrar o ouro do aluvião,
ouro e diamante.
Dia após dia,
Vi meu povo morrer de frio e fome
Com doenças respiratórias,
Vi os portugueses enriquecerem,
dia após dia,
E o meu povo apodrecer.
Vi o meu povo com fome, sem trabalho,
Vi a Inconfidência Mineira,
A chegada dos reis
Vi nascer da capital, o Rio de Janeiro,
Mas continuei a ver meu povo passando fome.
Vi a monarquia brasileira
E o início do café
Meu peito se encheu de esperança.
Agora teríamos trabalho,
Mas qual o quê
Veio a liberdade, a tal da abolição,
Mas continuamos passando fome.
Vi a chegada dos imigrantes,
O fim da monarquia,
Vi as crianças, mulheres bem vestidas
com roupas de seda,
vi surgir o trem,
vi o nascer das indústrias,
enquanto milhares de crianças
e mulheres negras morriam.
Nos deram a liberdade. Por quê?
(Tânia Dias Queiroz)