No dia 31 de agosto de 2016 ocorreu um fato histórico para nosso país: Dilma Rousseff, agora ex presidente do Brasil, foi declarada culpada de crime de responsabilidade ao realizar as pedaladas fiscais no julgamento final do processo de impeachment. No mesmo dia, o atual presidente Michel Temer tomou posse do cargo em sessão solene. Foi o fim de treze anos de mandato do Partido dos Trabalhadores no Brasil.
O que não se pode negar, de maneira nenhuma, é justamente o que esse governo finado, que hoje é tão criticado, fez. Levou energia elétrica para os lugares mais remotos do país, deu a oportunidade para muitos melhorarem de vida através de auxílios como o Bolsa Família – mesmo que alguns julguem que seja um tipo errado de se fazer política por conta de muitos que se aproveitam do dinheiro recebido de maneira fácil para viverem dele (o que é totalmente falta de caráter do brasileiro, deveríamos ter vergonha disso). Hoje, muitos jovens e adultos de baixa renda têm acesso às universidades – e eu sou um deles! – graças a programas como o FIES, PROUNI e SISU. É muita hipocrisia nossa fechar os olhos para essas ações.
Então explodiu a bomba dos esquemas de desvio de dinheiro público. Entre todos os escândalos de corrupção denunciados na Operação Lava Jato, os que mais foram noticiados foram os que envolviam pessoas coligadas ao PT e, com menos ênfase, ao PMDB. Sabemos que existem diversas pessoas envolvidas, que são coligadas ao PSDB e a tantos outros partidos, mas o foco da mídia era total ao PT, visto que o processo de impeachment estava sendo iniciado, e da forma mais vergonhosa possível: sob chantagem de um deputado comprovadamente corrupto, e de uma câmara totalmente sem noção do que é a seriedade de um momento histórico como esse, que foi acompanhado pelo mundo inteiro.
Antes de prosseguir, quero dizer que não sou petista, nem ao menos tucana. Não sou "petralha" nem "coxinha". Na política, e principalmente no Brasil, não existem (ou não deveriam existir) esses extremos. Afinal de contas, nos Estados Unidos existem apenas dois partidos. No Brasil existem 35, de acordo com o próprio TSE. Entretanto, sou apartidária, pois vejo que não existe ideologia de verdade no nosso país. Não estou defendendo o PT. Estou criticando o que vejo nessa bagunça chamada de República por nós.
E enfim chegou o grande dia, o #TchauQueridaDay, como intitularam. Dilma Rousseff foi cassada, Michel Temer assumiu o comando do país. Hoje, temos notícias de que o novo presidente do Brasil não tem interesse em prosseguir com as investigações de corrupção para proteger seus aliados políticos, mas deseja mexer nos direitos trabalhistas, direitos que o povo lutou por tanto tempo para conquistar. Enquanto isso, algumas semanas antes da definitiva saída de Dilma da presidência, o salário dos ministros do STF se encaminhavam para aumentar em R$ 5,5 mil reais, de acordo com a notícia que saiu no site da Folha de São Paulo. Quem dera o brasileiro recebesse de salário mínimo o que eles queriam receber de aumento...
O Brasil continua uma palhaçada. A crise continua aí, nada mudou só porque uma presidente foi deposta por ter praticado o mesmo crime de responsabilidade que muitos outros ex-presidentes, prefeitos e governadores, impunes, também praticaram ou praticam (e se bobear, fazem coisas bem piores). Os brasileiros continuam sendo aquele povo que dá um voto para um candidato pois tirou vantagem em alguma negociação - sendo pobre e recebendo uma cesta básica, ou rico e empresário, financiando uma campanha eleitoral visando vantagens políticas para sua empresa.
Nessas eleições que estão por vir, vencerá aquele que tiver mais tempo de propaganda na TV, ou então o que tiver mais carisma e promessas que queremos ouvir. Brasileiro não sabe votar, por falta de conhecimento ou de vergonha na cara. Por isso o Brasil continua - e continuará - em crise. Não há nada novo debaixo do sol.
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Ótima análise, amiga. Métodos antigos só geram ciclos repetitivos. Sem que haja consciência na hora da votação, infelizmente, podemos sim continuar neste retrocesso.
ResponderExcluirÉ verdade, amiga. Eu tenho entendido que, se nenhum candidato satisfaz nossas expectativas em relação a sua vida política, seja como um FICHA LIMPA ou uma BOA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, é melhor não dar o voto para ninguém. Se todos pensassem assim, acredito que o cenário político seria obrigado a ser reformulado, para buscar realmente a melhoria do país. O voto deveria ser facultativo, mas como não é, podemos protestar nas urnas.
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