Um homem, vivendo na sua casa, tinha diversos vizinhos em seus arredores.
Era evangélico. Trabalhava até as 19 hrs todo dia e chegava em casa pouco depois das 20. Ali, próximo do início do Jornal Nacional, ele "entrava na presença de Deus" e ligava o som.
Dos auto-falantes, saia o áudio do CD com músicas gospel, tinham as "ministrações" breves entre uma e outra música. 'Eram lindas musicas', ele dizia.
'São para evangelizar os vizinhos', testemunhava ele dando glórias a Deus em sua igreja nos fins de semana.
Este homem saia todo dia às 9:30 da manhã para ir trabalhar, via os vizinhos e já não esforçava mais um oi. Já tinha dado ois antes, mas nenhum deles respondia. 'Será que eu falo baixo demais?', pensava o homem.
Os vizinhos, todos perturbados pelo homem, ficavam emburrados com ele, não o suportavam. Aquelas músicas altas bem na hora de jantar ou de ver o início do Jornal os atazanava.
Só viam um homem que os tentava irritar toda noite.
Era "atentado".
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Longe dali, outro homem chegava também próximo das 20 hrs em casa. Dia de trabalho cansativo. Desarrumava a bolsa e tirava a marmita para limpá-la. Fazia aquilo enquanto ouvia a televisão ligada em suas costas falando das notícias.
Se aprontou, se direcionou para a cama e ali foi orar. Orou pelos seus vizinhos, pedindo que eles um dia viessem a conhecê-Lo.
Este também não dava um oi para os vizinhos quando amanhecia o dia. Era reservado. Mas todos estranhavam aquele homem sério e calmo, queriam saber o que tinha ele de tão diferente para viver de forma tão mansa e pacífica.
Só viam que era um crente.
Era diferente.
Era apenas cristão.
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