Resenha #35 | Sejamos Todos Feministas
Título: Sejamos Todos Feministas
Autora: Chimamanda Ngozi Adichie
Gênero: Ensaio
Nacionalidade: Nigeriana
Título original: We Should All Be Feminists
Tradução: Christina Baum
Editora: Companhia das Letras
Nota: 10/10
Sejamos Todos Feministas é um livro curtinho, que fala sobre a experiência de Chimamanda como mulher na sociedade nigeriana e mundial, e as mudanças que essas deveriam ter para que os problemas de gênero sejam, enfim, solucionados.
Nesse ensaio, ela relata experiências que eu, mesmo sendo brasileira, como mulher, me identifiquei. Claro que existem diferenças entre a sociedade em que Chimamanda foi criada e a brasileira. Mas também existem muitas semelhanças, mais do que o esperado, principalmente quando se trata de uma estrutura machista, que invisibiliza e oprime as mulheres em todas as esferas: social, familiar, profissional, acadêmica. Coisas que são impensáveis para um homem, como por exemplo, pensar em uma roupa que vai fazer com que as pessoas te levem a sério no trabalho ou no meio acadêmico, ou a ideia de que as tarefas domésticas não são exclusivamente da mulher, mas obrigação de todos os moradores da casa, são realidade para as mulheres, e é por essas coisas que o feminismo luta.
Como Chimamanda diz em seu texto, a definição de feminismo é, na realidade, a busca pela igualdade de gênero em todos os âmbitos da sociedade. A verdade é que hoje existe uma demonização da palavra feminismo, e também uma distorção de uma parte das pessoas que se afirmam feministas, com relação aos seus atos e ideias. Mas, primariamente, feminista é toda pessoa que luta para que homens e mulheres tenham os mesmos direitos e deveres.
Esse livro, mesmo bem curto, traz reflexões práticas de como a nossa sociedade se comporta com relação a homens e mulheres. Ele é bem direto em sua missão: abrir os olhos do leitor para a realidade feminina, para que assim ele possa aderir à causa. Mostra o quão importante é dar espaço para que as mulheres possam expressar suas vivências, demonstrar suas capacidades.
Um ponto importante a ressaltar é que o ensaio não fala em assédio sexual. Imagino que se fosse tocar nesse assunto, ele seria bem mais extenso. Ainda assim, é uma pauta de extrema relevância, principalmente depois de ter saído no mês passado a sentença do caso Mariana Ferrer, que absolveu André Aranha, e o termo "estupro culposo" que causou, com razão, muita revolta nas redes sociais. Esse é só mais um exemplo da luta feminista: que as mulheres não tenham que passar por tamanha humilhação.
Por tudo isso, recomendo a leitura desse livro. É uma leitura rápida, mas rica e profunda.
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