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domingo, 28 de julho de 2019

Resenha #29 | Anoitece no Iraque



Título: Anoitece no Iraque
Autor: Patrick Ericson
Gênero: Ficção, Mistério, Romance
Nacionalidade: Espanhola
Título original: Anochece en Irak
Tradução: Mírian Ibañez
Editora: Geração Editorial
Nota: 8/10





Um romance em meio a guerra no Iraque. Um coração partido graças ao atentado às Torres Gêmeas. Um soldado com sede de vingança. Poder. Dinheiro. Estupro. Mortes. Tudo isso você encontra nessa obra do espanhol Patrick Ericson (pseudônimo de José Maria Fernández-Luna Martinez). Uma leitura que promete chocar.

Jack Parsons, um soldado norte-americano, perde sua esposa no atentado de 11 de setembro de 2001 e, a partir de então, decide vingar-se dos culpados pelo ataque, que até então julgava ser o terrorismo islâmico encabeçado por Osama Bin Laden, entrando assim na guerra do Iraque. Lá, ele encontra uma realidade completamente diferente, e o horror das mortes de inocentes aos poucos vai abrandando seu coração.

Contudo, ele não esperava que o governo de seu próprio país estivesse envolvido no ato terrorista que tirou a vida de sua amada. Era isso o que revelava um dossiê que estava em poder de um arqueólogo de Bagdá e prestes a ser vendido para um jornalista inglês. Ao descobrir tudo isso, acabou sendo vítima de uma explosão e teve que sair de combate e regressar aos EUA.

De volta ao seu país, Jack decide retomar seu plano de vingança, mas dessa vez contra os homens poderosos que arquitetaram um plano de dominação mundial a partir daquela guerra. Contou com a ajuda de seu pai Howard e seu irmão Fred para investigar o caso e entrar em um grupo de mercenários chamado Blackwater, pelo qual conseguiria voltar para Bagdá e tomar posse do Projeto Brainwashing.

Sem dúvidas, é um livro de arrepiar. Ele conta com cenas detalhadas de assassinatos, além de relatar um estupro coletivo vivido por uma personagem negra e militar. O conflito interno de Jack quando se depara com o cenário caótico da guerra e quando descobre o envolvimento dos EUA no ataque às Torres Gêmeas é singular e preciso. Não foi à toa que o personagem teve um fim desesperador. Qualquer ser humano enlouqueceria se vivesse tantas atrocidades quanto ele.

É uma história realmente instigante e interessante, mas que não me fascinou tanto, não sei se pela violência exacerbada, os detalhes sangrentos ou porque simplesmente ninguém sai feliz nessa história, além de terem que se conformar em ter sobrevivido - isso quando podiam. Não há uma mensagem de esperança, uma fagulha de possibilidade de uma felicidade futura. É o verdadeiro inferno. Além disso, em alguns trechos, a troca dos nomes dos personagens em alguns trechos e erros de tradução deixavam a narrativa confusa.

Entretanto, o livro possui diversas qualidades, como por exemplo a construção dos personagens, a descrição detalhada das cenas nos situando na história, a reflexão sobre as causas e as consequências da guerra e a lição que fica de tudo isso: a valorização e o respeito à vida, independente de qual seja.

Em suma, é um livro muito interessante de diversos pontos de vista, e recomendo para aqueles que não são sensíveis a esse tipo de literatura.


terça-feira, 4 de abril de 2017

Resenha #16 | O Diário de Anne Frank

Título: O Diário de Anne Frank – edição definitiva por Otto Frank e Mirjam Pressler
Autor: Anne Frank
Gênero: Diário, Biografia, Relatos de Guerra
Nacionalidade: Holandesa
Título original: Het Achterhuis
Tradução: Alves Calado
Editora/Edição: Best Seller, edição Best Bolso, 21ª edição
ISBN: 978-85-7799-000-9
Nota: 10/10



Esta não é a primeira vez que eu li O Diário de Anne Frank. Quando o li pela primeira vez, em 2013, eu tinha 17 anos. De cara me apaixonei pela história e me identifiquei com ela. Minhas primeiras considerações sobre o livro estão nesta postagem de 2013. Hoje, com quase 21 anos, com uma cabeça um pouco mais madura e crítica, e conhecendo a história completa e sem cortes, me faz ser ainda mais fã dessa obra.

Este livro na verdade é o diário de uma menina adolescente chamada Anne Frank e escrito entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944. Dentre os relatos sensíveis do que se passa na cabeça de uma menina que está crescendo, também existem notícias sobre vários momentos da Segunda Guerra Mundial, como o seu país, a Holanda, estava envolvida na guerra, e como era a vida dentro de um esconderijo secreto para pessoas judias, que estavam tentando sobreviver ao maior holocausto antissemita da História.

Escrito de forma muito bem organizada para uma menina entre 13 e 15 anos, Anne relatava o que se passava dentro do seu coração, o que torna o livro emocionante do início ao fim. Seus conflitos com sua mãe e sua irmã Margot, o certo distanciamento que toda adolescente sente do pai quando começa a crescer, suas paixões platônicas, o medo da solidão, a raiva de ter que conviver, segundo ela, com “pessoas completamente desagradáveis e mesquinhas”, incluindo os membros da família chamada de “van Daan” no livro, que dividia o esconderijo com a família Frank, além de um homem solteiro que não tinha parentes, chamado na obra de “Sr. Dussel”, as dificuldades com comida e saneamento básico, que eles mal tinham, a fé que não a abandonou e um fenomenal amadurecimento. Anne também compartilhou o desejo de um dia se tornar jornalista e escritora, pois o seu diário a ajudou a descobrir esse dom.

O posfácio conta que o “Anexo Secreto” onde viviam foi descoberto no dia 4 de agosto de 1944. Todos morreram, com exceção de Otto Frank, pai de Anne, que faleceu três meses antes de completar 16 anos, quase no fim da guerra. Esta edição lida conta em seu prefácio como o pai de Anne, Otto Frank, ajudou na divulgação do diário, bem como as suas edições; conta também que quando ouviu no rádio que, após a guerra, os governos queriam recolher os diários escritos durante esse período para documentação histórica, Anne ficou empolgadíssima e passou a rever os relatos desde o início, fazendo anotações sobre eles. Essa edição, com todos os detalhes do que ela escreveu, foi a publicada pela BestBolso.


A história é contada de forma cronológica, salvo as anotações feitas por Anne durante a confecção do diário. A narrativa é cheia de descrições e detalhes que levam o leitor a visualizar a cena. Anne mostrou todo o seu conhecimento neste diário, tanto na forma de escrever quanto nos relatos da quantidade de coisas que ela estudava, o que ajudava a passar o tempo dentro do esconderijo e não a deixava para trás nos estudos escolares. Não é à toa que este livro é tão bem criticado e também um dos mais lidos no mundo inteiro.
 
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